Nigeriano Burna Boy diz que Grammy marca 'grande momento' da música africana

O artista, cujo nome verdadeiro é Damini Ogulu, é parte de uma geração de artistas musicais da Nigéria, que inclui Wizkid e Davido, que desfrutaram de sucesso mundial nos últimos anos como proponentes do som afrobeats

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Por Alexis Akwagyiram e Angela Ukomadu
Atualização:

LAGOS - A música africana moderna está alterando as percepções sobre o continente, como parte de uma mudança cultural global que marca um "grande momento", disse o músico nigeriano Burna Boy à Reuters, ao comemorar seu primeiro Grammy.

Músico nigeriano Burna Boy em entrevista à Reuters. Foto: REUTERS/Temilade Adelaja

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Burna Boy recebeu um Grammy de melhor álbum de música global neste mês por Twice As Tall, que foi lançado no ano passado.

Ele é parte de uma geração de artistas musicais da Nigéria, que inclui Wizkid e Davido, que desfrutaram de sucesso mundial nos últimos anos como proponentes do som afrobeats. Hoje, é tão provável ouvir o gênero africano em Londres ou Los Angeles quanto em Lagos.

"Este é um grande momento e uma grande época para a música africana e os africanos em geral", disse Burna Boy durante uma entrevista em sua casa em Lagos, a capital comercial da Nigéria.

O artista, cujo nome verdadeiro é Damini Ogulu, disse que seu prêmio é parte de um "efeito dominó" que dá aos africanos mais controle sobre a maneira como são percebidos através da tecnologia agora que os serviços de streaming levam as artes do continente a uma plateia global.

"Eu nem queria ser africano quando era pequeno", disse ele. "Queria ser qualquer coisa que não o que era, porque o que somos não era a coisa mais legal de ser", contou o artista, que cresceu no sul nigeriano e se mudou para Londres na infância, mas voltou ao país do oeste da África.

Ele disse que seu prêmio mostrou que a música africana está conquistando respeito mundial.

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Estes sentimentos são compartilhados por muitos da Edge Music Academy, localizada no distrito de Jakande de Lagos, onde estudantes compõem músicas em um estúdio equipado com microfones, laptops e um teclado.

"O futuro é brilhante", disse o estudante Obi Prince. "A maneira como oAfrobeats é representado no mundo neste momento só pode ser um começo para artistas nigerianos. Só temos que fazer nosso lance e nos mostrar mais globalmente", disse.

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