Nelson Motta esquenta noites tropicais

Aproveitando a extinção do Free Jazz, o produtor Nelson Motta será o curador de um novo festival, que vai reunir em maio alguns dos nomes mais importantes do cenário musical brasileiro

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um megafestival de música brasileira, previsto para ser anual e nos moldes do extinto Free Jazz Festival, está confirmado para o começo do ano que vem. Intitulado Noites Tropicais, o evento terá curadoria do jornalista, escritor, produtor e compositor Nelson Motta e será realizado dias 17, 18 e 19 de maio, provavelmente no mesmo Jockey Club de São Paulo, que sediou as últimas edições do Free Jazz Festival. Os shows - ao contrário do evento patrocinado pela Souza Cruz - serão com atrações da música popular brasileira. Haverá apenas 10% de nomes estrangeiros. Em quatro palcos montados dentro de tendas com as mesmas dimensões das que eram usadas no Free Jazz, as apresentações serão feitas simultaneamente. "Será uma surpresa brasileira e tropical. Falo isso para deixar mais curiosos os outros produtores", diz Rodrigo Teixeira, produtor da empresa Geração Conteúdo, responsável pelo projeto. Sem adiantar quais seriam as atrações que estão sendo sondadas, Teixeira adianta que, no dia 17, haverá uma reunião com os responsáveis para decidir os primeiros artistas convidados por Nelson Motta. "Serão artistas consagrados e outros revelados recentemente no cenário. Vamos valorizar a música popular brasileira como nenhum outro festival fez até agora. E valorizar a história de Nelson Motta dentro da MPB." O nome do patrocinador do evento ainda não foi divulgado pela produção. Nelson Motta confirma que a produção está em andamento. "Fui convidado, fiz o projeto e já estou pensando nas atrações. De qualquer forma, é um pouco cedo para adiantar maiores detalhes. Mas sabemos que terá os moldes do Free Jazz Festival e não terá nada a ver com um festival recente que promovi no Rio de Janeiro." Sem a obrigação de revelar novos talentos Motta se refere ao Noites Cariocas, evento que reune filhos de artistas famosos no Shopping Fashion Mall e que era inspirado nos shows que apresentava no bairro da Urca em um projeto que leva ao mesmo nome. A investida, iniciada há pouco mais de seis meseso, já contou com a presença de Davi Moraes, guitarrista da banda de Caetano Veloso e filho de Moraes Moreira que prepara seu primeiro disco-solo, Max Vianna, também guitarrista, filho de Djavan e o cantor e compositor Bernardo Lobo, filho de Edu Lobo. O produtor Rodrigo Teixeira explica que o projeto do Noites Tropicais existe há mais de um ano. A estréia, que estava prevista para este ano, foi prorrogada para 2003 por causa dos jogos da Copa do Mundo e das eleições presidenciais. O festival será anual, ainda segundo o produtor. O fato de ser um evento de elenco nacional quase que em sua totalidade não tem a ver com a alta do dólar, conforme suas explicações. "Não foi por este motivo que pensamos em chamar os músicos brasileiros. O que queríamos sempre foi conceber um formato de festival de MPB que nunca existiu." A intenção, esclarece Nelson Motta, não será revelar novos talentos. "Não terá nada a ver com este outro tipo de festival." Eventos em outros países - Rodrigo Teixeira adianta ainda que, antes mesmo de sua primeira edição, os produtores já contam com convites para realizarem o evento em outros países. "Isso porque nunca ninguém pensou em valorizar o Brasil como estamos fazendo. Há muito para acontecer." A Geração Conteúdo foi responsável pela série de livros sobre futebol intitulada Camisa 13. Uma outra empreitada será a realização de um longa-metragem sobre a vida do jogador de futebol dos anos 40, Heleno de Freitas, que morreu internado em um sanatório. "Só precisamos definir os detalhes de produção. Depois de ´Cidade de Deus´ ficou ruim, no bom sentido, para quem quer fazer cinema no Brasil. Todos vão ter de procurar manter o nível daquele filme e se obrigar agora em encontrar uma qualidade cada vez mais superior." Nelson Motta, embora seja o nome por trás de todo o Noites Tropicais, não será usado como apresentador. "O Motta será o pensador e funcionará como uma marca para nós", conclui Rodrigo Teixeira.

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