Negada prisão domiciliar a Gloria Trevi

Apesar de a cantora mexicana ter confessado hoje ter ficado grávida ao ser violentada na prisão de Brasília, a justiça brasileira negou seu pedido de prisão domiciliar

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Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar de a cantora mexicana Gloria Trevi confessar pela primeira vez nesta quarta-feira ter ficado grávida após ter sido violentada na prisão de Brasília, a justiça brasileira negou seu pedido de prisão domiciliar para ter sua gravidez em paz. O pedido foi rechaçado pelo juiz do Supremo Tribunal Federal, Neri da Silveira, que foi o relator do processo de extradição contra Gloria. Um comunicado do STF disse que "O ministro Neri de Silveira negou o pedido de prisão domiciliar porque ainda espera a determinação do Conselho Nacional de Refugiados (Conare)´´. O Conare tem em seu poder outro pedido de abrigo político apresentado pela cantora, o que paralizou o processo de extradição contra ela. "Não é o momento adequado para que o STF considere o novo pedido de prisão domiciliar apresentado por Gloria Gloria", assinalou o magistrado. Gloria está detida na prisão da Papuda, após ter sido transferida da Superintendência da Policia Federal, onde teria ocorrido a violação. O STF autorizou em dezembro a extradição solicitada pelo México de Gloria, seu agente Sergio Andrade e da corista María Raquenel Portillo para responder a um processo no estado de Chihuahua sob acusação de rapto, violação e corrupção de menores. No pedido ao STF, a cantora confirmou pela primeira vez que sua gravidez ocorreu de forma forçada, através de una violação em maio. Gloria havia se recusado a confirmar o ocorrido, dizendo que "minha vida e a de meu filho poderiam estar em perigo no Brasil´´. Até então o Conare considerava a possibilidade de ela ter engravidado por inseminação artificial, o que paralizou o caso. Uma reportagem da revista Isto É, que publicou declarações de presos que estavam na mesma penitenciária da cantora, dizendo que ela teria sido violentada. O ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, declarou na segunda-feira a reabertura das investigações sobre a gravidez da cantora que será realizada pela Polícia Federal e representantes da Odem dos Advogados do Brasil e do Ministério Público. Gloria queria viver sob prisão domiciliar, na casa de Silvia Beeg, que ajuda seu advogado no caso, e que fica na região de Sobradinho, há meia hora de Brasília. Silvia estaria prestes a se casar com Sergio Andrade, o agente de Gloria com o qual tem mantido um romance nos últimos meses. Este casamento programado e a gravidez de Gloria foram vistos sob suspeita pela PF que acredita formarem parte de um esquema para buscar a proteção das leis brasileiras. O minsitro da Justiça assinalou que a lei não estabelece salvaguardas para extrangeiros com processos judiciais em seus países, mesmo que tenham filhos ou família no Brasil. O diretor-geral da Polícia Federal, Agilio Monteiro, convocou publicamente Gloria a cooperar com as investigações. Inicialmente suspeitava-se que o assaltante de bancos e seqüestrador Marcelo Borelli tivesse violentado a cantora durante uma rebelião liderada por ele, na prisão da Superintendência da Polícia Federal justamente em maio. Gloria conviveu durante 19 meses na mesma prisão que 34 delinqüentes considerados os mais perigosos, como Borelli, Luiz Fernando da Costa (Fernandinho Beira-Mar), considerado o número um do narcotráfico. Gloria pediu asilo político ao Brasil porque afirma que suas vidas correm perigo no México e que não têm garantias de um processo imparcial "porque os juizes estão sob controle de interesses políticos, econômicos e de alguns meios de comunicação influentes que querem minha destruição".

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