'O negacionismo chegou dentro das favelas', diz MV Bill

Rapper terá trechos de suas músicas 'Quarentena' e 'Isolamento' projetados em prédios da zona norte de São Paulo nesta sexta-feira para reforçar entre os moradores das periferias a necessidade de seguir as medidas de distanciamento social

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Por Leonardo Benassatto
Atualização:
Rapper MV Bill no Rio de Janeiro 26/03/2020. Foto: CUFA/Divulgação via REUTERS

Muitas pessoas tentam seguir os protocolos de segurança contra a covid-19 nas periferias das cidades brasileiras apesar das dificuldades estruturais, mas também há quem pregue o negacionismo, disse o rapper MV Bill, que terá trechos de suas músicas Quarentena e Isolamento projetados em prédios da zona norte de São Paulo nesta sexta-feira entre 19h e meia-noite.

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A iniciativa visa reforçar entre os moradores das periferias a necessidade de seguir as medidas de distanciamento social, fundamentais para conter a disseminação do novo coronavírus. A ideia é que os moradores possam acompanhar o evento da janela de suas casas.

"Eu tive a surpresa de ver que muitos 'de favela' também aderiram ao negacionismo", disse o rapper em entrevista à Reuters TV. "Tem a incompreensão, o desconhecimento, a falta de acesso (à informação), e tem o negacionismo que também chegou dentro da favela, infelizmente."

Assinada pelo coletivo Quebrada Viva, a iniciativa também conta com a divulgação do disco recém-lançado Voando Baixo de MV Bill, e a projeção em laser de obras de outros artistas como o poeta Lews Barbosa, MC Izza, a rapper indígena Brisa Flow e a cantora Illa Benício.

O clipe da música Noiz Mermo, produzido durante a pandemia e que faz parte da coletânea, também será lançado nesta sexta-feira.

"Minha contribuição para esse momento foi esse disco", disse MV Bill, que defendeu a vacinação como principal arma contra a pandemia.

"Tem muita gente negacionista no Brasil, negacionista da pandemia, negacionista da vacina, e eu não consigo ver uma outra saída para a gente se não for a imunização", afirmou.

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