
09 de dezembro de 2020 | 09h00
43 artistas, bandas e projetos de fomento de cenas e redes, inovação e inclusão estão entre os selecionados do programa Natura Musical 2020. Entres as artistas selecionadas estão Juçara Marçal, Linn da Quebrada, dona Áurea Martins, Rico Dalasam, Bia Ferreira, Kunumi MC, Bixarte, entre outras (veja a lista completa abaixo).
Nesta quinta-feira, dia 10 de dezembro, às 19h30, para anunciar oficialmente os escolhidos, será realizado um bate-papo entre Emicida, Gilberto Gil e Ailton Krenak, em uma conversa sobre o legado da música brasileira e o que a cultura representa na atualidade. Após a conversa, um show de Emicida será transmitido diretamente do palco da Casa Natura Musical, em São Paulo. A transmissão, gratuita, é pelo YouTube:
Segundo a Natura, no edital de 2020, além da criação artística, "selecionamos propostas que promovem a inclusão e a representatividade em todo o seu âmbito, do artista à equipe técnica. Entre os trabalhos selecionados, temos, por exemplo, quatro projetos culturais de povos originários, nove projetos que valorizam pautas da comunidade LGBTQIA+, 18 projetos em que as mulheres são protagonistas e outros 17 que valorizam a cultura negra".
Para a head of global cultural branding da Natura, Fernanda Paiva, o edital deste ano é diferente, buscando também um impacto social para um dos setores mais afetados pela pandemia do coronavírus, o setor cultural.
"Isso nos motivou a dar um passo a mais, porque além do maior volume anual de recursos para o fomento, refizemos todo o processo do edital para garantir que critérios e categorias estivessem em ressonância com as necessidades do mercado. Repensamos o planejamento com 22 profissionais do mercado, para ajudar a pensar categorias, critérios e dinâmicas do edital e assim chegamos a três categorias novas."
Em 2020, o Natura Musical oferece R$ 8,5 milhões para o mercado da economia criativa, a maior verba em 15 anos de atividades. Parte do recurso (R$5,5 milhões) será direcionado para os editais, com a seleção direta pela Natura, com o apoio da sua rede de curadores; os outros R$3 milhões serão destinados para fundos de cultura estaduais (RS, MG e BA).
Entre os projetos selecionados, estão, segundo a Natura: a Mostra Pankararu de Música, iniciativa do povo Pankararu, que realiza capacitação profissional, shows e imersão artística na Aldeia Bem Querer de Cima, em Pernambuco; o projeto TORÜ WIYAEGÜ, que propõe registrar a música tradicional do povo Tikuna, do Amazonas, em livro e CD. O Circuito ARTI, iniciativa da Marsha! e Afrobapho, que reúne música e artes visuais em um mês de cursos formativos com festivais inéditos em São Paulo e em Salvador; Festival MANA, voltado para o fortalecimento de mulheres no mercado da música; Mestras do Pará, documentário que torna visível as narrativas e vozes das Mestras da música popular paraense.
Além dos novos selecionados, Paiva explica que a marca tem 80 projetos em andamento, ainda dos anos anteriores. "A pandemia mudou muito a dinâmica, então tivemos que fazer uma investigação de quais são as necessidades, qual a viabilidade de colocar de pé alguns projetos. Transferir atividades para o ambiente digital, formação, workshops, dinâmicas, mesmos shows.... Algumas a gente entendeu que era o caso de reinventar o projeto, repensar os prazos de execução. Ainda vamos carregar para o ano que vem."
Para ela, a nova etapa do programa confirma uma tendência acentuada dos últimos anos, a de incluir artistas diversos entre os selecionados.
Os 43 projetos foram selecionados entre 3.365 inscritos por meio da curadoria de 29 profissionais do mercado da música, em um processo online que durou um mês. Em 2021, Natura Musical oferecerá R$ 5,5 milhões em patrocínio direto. O programa tem o apoio das leis de incentivo à cultura da Bahia, de Minas Gerais, do Pará e do Rio Grande do Sul.
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