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Nação Zumbi apresenta 'Fome de Tudo' em São Paulo

Guitarrista Lúcio Maia diz que grupo tem como essência a renovação; para show, promete grandes novidades

Por Pedro Henrique França e da Agência Estado
Atualização:

"Minha opinião é a seguinte: não me interessa determinar meu som. Quem fica mais falando de rótulos são vocês (jornalistas), nenhum artista gosta disso". Assim, com discurso incisivo e direto, responde o guitarrista Lúcio Maia, da Nação Zumbi, quando questionado sobre as afirmações de que a banda pernambucana estaria querendo se desvincular do mangue beat ao lançar o sétimo disco em quatorze anos de carreira: Fome de Tudo (Deckdisc). O mangue beat foi a sonoridade com a qual despontaram nos álbuns Da Lama ao Caos (1995) e Afrocibederlia, de 1996, quando ainda contavam com Chico Science, morto em fevereiro de 1997.   Segundo Maia, a Nação Zumbi tem como essência a renovação. Mencionando os dois discos mais famosos da banda, ele frisa: "Não queremos voltar ao passado". Para ele, há um equívoco dentro do que se conceituou de mangue beat. "Mangue beat é diversidade, tudo no mesmo lugar. Se for rotular, tem que achar um termo que envolva tudo", diz. Pois é com "tudo isso" e, ironicamente, também com canções do passado que os levaram ao sucesso que a Nação Zumbi chega a São Paulo para lançar nesta quarta-feira, 21, no Citibank Hall, seu novo álbum.   Para a nova empreitada, a trupe pernambucana se despediu da Trama para aceitar o "pacote indecente", segundo Maia, da Deckdisc. Como principal fator para a mudança de "casa", a proposta para ter como produtor Mario Caldato Jr, responsável por trabalhos, entre outros, de Beastie Boys, Beck, Marisa Monte e, recentemente, Vanessa da Mata. A Nação já tinha se envolvido com Caldato em Afrocibederlia durante o processo de mixagem, mas nada tão ligado profissionalmente como em Fome de Tudo.   Lúcio Maia diz que a mudança foi realizada tranqüilamente, "sem treta", e não poupa elogios ao novo produtor: "Ele tem uma bagagem cabulosa, se envolve realmente com a parada. Eu diria que ele foi fundamental para chegarmos a esse formato". O tal "formato" resultou uma pegada mais experimental, com doses ora mais fortes de guitarra, ora meio latina. E deixa, de certa forma, em segundo plano os fortes elementos percussivos de maracatu verificado nos primeiros discos. "Estamos mais crus", define Maia.   Se o álbum anterior, Futura (2005), trazia como mote a psicodelia em cima do branco e preto, agora, com Fome de Tudo, a Nação Zumbi quer mais é colorir e se diversificar. A fome, diz Maia, é de "aglomeração, abrangência, tecnologia". Além da colorida capa, com design de Valentina Trajano e o vocalista Jorge du Peixe, o guitarrista diz que as cores se estendem também às músicas. "Foi o nosso disco mais desenvolto", afirma ele.   O disco trouxe ainda participações especiais - de Céu, em Inferno, e de Junio Barreto, em Toda Surdez Será Castigada. Das doze faixas, o vocalista assina todas, sendo três em parceria. Para o show, Maia promete sintonia, novidades e grandes hits. Quais? "Surpresa", responde ele. "Mas todo mundo vai sentir nossa afinidade". Para esquentar a galera, sobe ao palco o dub pernambucano Vitrola Adubada, do produtor Buguinha. Em dia de jogo do Brasil no Morumbi, a festa no Citibank começará mais tarde. Horário previsto para às 23 horas. Uma pós-balada, pode-se dizer. Basta saber se para comemorar a vitória da seleção ou esquecer a derrota.   Nação Zumbi. Citibank Hall, Av. dos Jamaris, 213, tel (11) 6846-6040. Quarta-feira, 21, às 23h. De R$ 35 a R$ 80.

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