Músicos falam sobre o legado de Moacir Santos

Gilberto Gil, Ed Motta, Mário Adnet, entre outros, falam sobre a importância do maestro que morreu nos Estados Unidos

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Por Agencia Estado
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O grande maestro, compositor, arranjador, professor e saxofonista, morreu no domingo, aos 80, em Pasadena, Califórnia (Estados Unidos), em conseqüência de um segundo derrame cerebral. O primeiro ele sofreu nos anos 90 e deixou seqüelas, impedindo o músico de tocar. Teve uma enorme influência sobre muitos outros grandes nomes da música brasileira. Nascido no sertão pernambucano e criado no Recife, o maestro morava há muitos anos nos Estados Unidos, onde será enterrado. Gilberto Gil, ministro da cultura - ?Moacir Santos foi, sem dúvida, uma das personalidades musicais mais importantes do país. Sua sofisticação melódica e harmônica, sua criatividade e sua capacidade magistral de traduzir o erudito no popular marcaram a história da música brasileira. Por ele o Brasil foi de todos os santos. Por ele o negro foi ouro e expressão. Por ele fomos tanto mais do que somos. Salve Moacir de todos os Santos?. Ed Motta, cantor e compositor - ?O que sinto é diverso: um misto de saudades e de revolta. Revolta por o Brasil demorar tanto para reconhecer os seus talentos. Moacir Santos, sem dúvida, é um dos mais importantes e brilhantes músicos que fez a fusão entre a música africana e européia. Com certeza ele será recebido no paraíso por Duke Ellington com tapete vermelho estendido. Era uma pérola rara.? Mário Adnet, violonista e compositor - ?Era quase um pai para mim, com tudo que essa relação tem de coisa boa, de dificuldade. Foi muito bacana tê-lo conhecido? Joyce, cantora - Sinceramente, acho que o Moacir Santos teve uma vida linda, um autor de uma obra maravilhosa, teve um casamento feliz e ainda obteve o reconhecimento, no Brasil, ainda em vida de seu trabalho. Ele estava meio esquecido por aqui e teve sua obra regravada, fez shows. Missão mais do que cumprida.? Nei Lopes, cantor e compositor - Escrevi cinco letras para canções do Moacir e, por incrível que pareça, só o vi uma única vez em uma apresentação que fez no Teatro Municipal do Rio, em 2001. Lamento muito não ter tido um contato mais próximo, que poderia ter se transformado numa grande amizade entre nós. Moacir Santos foi o maestro dos maestros. Estudou com Koellreuter e Radamés Gnattalli, e no entanto não perdeu a africanidade em suas composições.?

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