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Músicos de luto por Almir Chediak

Danilo Caimmy, Daniela Mercury, Jonny Alf, Roberto Menescal, Djavan e João Bosco, que tinha acabado de fazer seu songbook, lamentam a morte do produtor musical Almir Chediak

Por Agencia Estado
Atualização:

Danilo Caymmi, músico - "Para nossa família, é um acontecimento muito chato. Ele passou o Dia das Mães com a gente porque pretendia fazer o songbook do Dori, como já havia feito o disco e o livro do papai (Dorival Caymmi). Convivi com ele através do Tom Jobim. A única vez que vi o Tom fazer televisão sem reclamar foi para divulgar seu songbook no programa da Leda Nagle, na TVE. Graças a seu trabalho, os jovens começaram a se interessar pela boa música brasileira. Essa violência em que a gente vive nos assusta cada dia mais." Daniela Mercury, cantora - "Gravei Tom Jobim, Chega de Saudade; Djavan, Serrado; João Donato, A Rã, e acabei de gravar Corsário, do songbook do João Bosco. Falei com ele há dias. Estou chocada, acho triste para a MPB. A iniciativa de fazer sonkbook, de qualquer forma, foi coisa dele. Ele foi o pioneiro e agora descansou. Sérgio Cabral, escritor e jornalista - Ele era o melhor amigo da MPB. Era um amor de pessoa, sempre sorridente, amigo, nunca o vi de mau humor. No trabalho, era organizado e jogava nas 11. Produzia, escrevia arranjos, falava com todo mundo e resolvia tudo." João Bosco, músico - "Estou em choque. Na sexta-feira nos falamos e eu insisti com ele que deixasse de ir a Araras para assistir a meu show no Teatro Rival. Ele tinha acabado de fazer meu songbook, um trabalho que levou dez anos. Almir é pioneiro, fundamental para músicos que passaram a ter letra e partitura para piano e violão. Participei de todos os seus 16 discos, desde o primeiro, Noel Rosa, ao último, Braguinha. Ele nos dava total liberdade de recriar as músicas." Johnny Alf, músico - "Almir reativou minha carreira, quando eu estava meio parado. O trabalho com ele me elevou ao ápice. Fiquei chocado com a morte desse meu amigo. O trabalho que ele desenvolvia atraía até juventude. Ele não vai ser substituído por ninguém." Roberto Menescal, músico e produtor - "Ele vivia sempre a mil, pedindo, fazendo e acontecendo. Eu o conheci antes mesmo de começar a fazer soongbooks e sugeri que fosse além dos livros, gravasse também as músicas. O Almir tinha o dom de lidar com todo tipo de artista, o que se refletia nos discos, em que cantores de todos os estilos gravaram com resultados às vezes inusitados. Nem sempre concordei com ele, mas ele se tornou uma referência musical, neste nosso País tão pobre nelas." Djavan, músico - "Uma das contribuições do Almir foi tornar acessível para um grupo de pessoas especializadas, como músicos e afins, obras de compositores onde os livros editados sobre o assunto até então difícilmente correspondiam à realidade. Eu, por exemplo, fui beneficiado neste sentido."

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