Música pela paz na Sala São Paulo

A Osesp interpreta o Réquiem de Guerra do compositor britânico Benjamin Britten, uma das principais obras sinfônicas do século 20, sob a regência de seu diretor musical John Neschling

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Por Agencia Estado
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A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo interpreta, a partir de sábado, uma das principais obras sinfônicas do século 20, o Réquiem de Guerra do compositor britânico Benjamin Britten. Sob a regência de seu diretor musical John Neschling, o grupo recebe como solistas a soprano Cláudia Riccitelli, o tenor Barry Banks e o barítono Gary McGee. Também participam do concerto o Coro Infantil, dirigido por Teruo Yoshida, e o Coro Sinfônico do Estado de São Paulo, sob a direção da maestrina Naomi Munakata. Composto em 1862, o Réquiem de Guerra foi encomendado pelo Festival de Coventry, para a consagração da Catedral de São Miguel, destruída duas décadas antes em um ataque dos exércitos nazistas. Nele, não por acaso, estão combinados o texto latino da Missa dos Mortos e um ciclo de canções pacifistas do poeta Wilfred Owen. O resultado, é uma peça que questiona o absurdo e a falta de sentido da guerra, exaltando a indignação diante da crueldade da guerra e a compaixão pelos inocentes vitimados por ela. Do manuscrito da peça, consta a seguinte frase: "Em comemoração aos companheiros que sofreram na 2.ª Guerra Mundial, e em memória afetuosa de Roger Burney, Piers Dunkerley, David Gill e Michael Halliday". Amigos de Britten, todos eles haviam lutado na 2.ª Guerra Mundial e, com exceção de Dunkerley - que se suicidou em 1959 - morreram em combate. Cabe aos solistas a interpretação dos trechos da poesia de Owen e da Missa dos Mortos, unidos de modo bastante pessoal pelo compositor, que estava envolvido com os efeitos catastróficos provocados pela guerra. Mais conhecido por suas interpretações em ópera, o inglês Garry Magee é presença constante na temporada do Royal Opera House Covent Garden, prestigiada casa de ópera londrina, onde interpretou, entre outros, o papel de Guglieumo em uma montagem de Cosi Fan Tutte, de Mozart, sob a direção precisa do maestro Andrew Davis. Também já participou de importantes festivais, como o de Salzburgo e de Glyndebourne, onde interpretou Silvano, de Um Baile de Máscaras, de Verdi. Já o tenor Barry Banks, além de extenso repertório operístico, já interpretou o Réquiem de Guerra de Britten com a Orquestra Filarmônica de Estrasburgo. No que diz respeito à ópera, já atuou em montagens no Metropoliton Opera House de Nova York, no Festival de Salzburgo e na Ópera Lírica de Chicago entre outros. Cláudia Riccitelli é hoje uma das principais sopranos brasileiras. Este ano, interpretou o papel de Ceci na montagem integral da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, dirigida pelo maestro Luiz Fernando Malheiro, no 4.º Festival de Ópera de Manaus. Também participou dos concertos que a Filarmônica de Berlim fez em São Paulo, a convite do maestro Claudio Abbado, e da montagem da ópera I Pagliacci, de Leoncavallo, dirigida pelo maestro Jamil Maluf. Além disso, cantou em montagens de La Bohème, Carmen, Turandot e West Side Story, entre outras óperas. Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Regência de John Neschling. "Réquiem de Guerra", de Benjamin Britten. Amanhã, às 16h30; domingo, às 17 horas; terça e quarta, às 21 horas. De R$ 10,00 a R$ 30,00. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/n.º, tel. 3337-5414

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