Música e imagem, uma nova era com a web

Os artistas já sabem: música sem clipe pode ser boa, mas com clipe fica muito melhor; veja e ouça Naná

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Por Redação
Atualização:

Antonio Duarte, especial para o Estado

 

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SÃO PAULO - A banda McFly faz um show em uma casa noturna de São Paulo e, de repente, cinco mil pessoas aparecem ali na condição de súditos, como se caídas de outra dimensão. E o que tem essa McFly para tal feito se ainda não apareceu no Faustão e não tem música na novela das 8? O voo do McFly começa na mesma pista de decolagem de uma geração que já sabe: uma música sem imagem pode até ser boa, mas uma música com imagem pode ficar mil vezes melhor.

 

Depois de mudar o comportamento dos jovens que consumiam rock nos anos 90, com a chegada da MTV, o clipe (falar videoclipe é coisa de tiozinho) ganha poder a ponto de determinar quem é e quem não é um bom músico. Cruel, mas tem sido assim. É o decreto do ‘não basta ser, tem de parecer que é’. "Um bom exemplo é a Lady Gaga. As músicas dela são toscas, mas os vídeos que faz são tão incríveis que chegam a convencer de que a música também é boa", diz o músico paulistano Thiago Pethit.

 

Pethit, avaliado pela crítica como um talento que dispensaria imagens, não dispensa nada. Suas músicas Não Se Vá e Fuga Nº1 ganharam clipes produzidos pelo site Música de Bolso, que já colocou 250 vídeos de 128 artistas acessados mais de 1,2 milhão vezes. Suas produções também vão parar no YouTube, onde alguns vídeos passam de 50 mil exibições. "Sem a internet nosso projeto não existiria. Não é à toa que não fazíamos isso há dez anos", diz Rafael Gomes, do Música de Bolso.

 

Os tempos evoluíram e os clipes, por vontade própria, regrediram. As produções são muitas vezes feitas em casa, em gravações amadoras de apresentações ao vivo e muitos teasers (vídeos curtos que divulgam um evento ou CD). O fã não se importa mais com luxo, mas com a naturalidade do artista. E assim surgem as Mallus Magalhães dos novos tempos. "Isso muda a relação do público com a música", diz Thiago.

 

O que hoje pode soar como um problema para a indústria fonográfica está criando uma nova maneira de se fazer e promover música. "Os elementos da arte estão se fundindo e a internet é o espaço para isso", diz Leo Cavalcanti.

 

Naná, ou Anaís Levin, sucesso na web aos 13 anos

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Suas referências são tão distintas quanto as cantoras Duffy e Kate Nash e os Beatles. Geralmente, ela assiste a vídeos divertidos no YouTube enviados por suas amigas. E como é afeita à música, a adolescente de 13 anos costuma gravar vídeos caseiros e postá-los no YouTube, sob o pseudônimo Naná.

 

 

Os comentários das amigas do colégio incentivaram Anaís Levin a continuar produzindo vídeos caseiros. Hoje, são três gravações, todas composições próprias - e em inglês. "Quando eu penso na música, ela vem em inglês", diz. Ao todo, seus vídeos (That Girl Cross the Street, Earthquake e Fly for Me) já foram vistos cerca de 500 vezes.

 

Os adultos se surpreendem com a maturidade da voz de Anaís. A garota não faz planos audaciosos para sua carreira artística, mas os vídeos que produz podem ser o início. "Fizemos uma primeira gravação no estúdio de um amigo, mas é algo que depende dela. Não queremos que nada seja precoce", diz o pai, Izo Levin. A pedido do C2+Música, o Música de Bolso gravou dois clipes de Naná. Eles podem ser vistos a partir desta terça, 13, no portal do estadão.com.br. É apenas a mostra de um início de carreira virtual.

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