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Música brasileira tem final de semana agitado

Décio Carvalho, Celso Viáfora, Antúlio Madureira, Nó em Pingo D´água e Mestre Ambrósio, Zeca Baleiro, Kátia Teixeira, Maria Martha. O final de semana em São Paulo contempla os diversos sabores da música brasileira, do choro a MPB

Por Agencia Estado
Atualização:

O compositor Délcio Carvalho lança no sábado, no Teatro Denoy de Oliveira, na Bela Vista, seu novo e excelente disco, A Lua e o Conhaque, editado pela Gravadora CPC-Umes. No CD, que estará sendo vendido depois do espetáculo, há participações de Zeca Pagodinho (fã do compositor desde que ouviu pela primeira vez o partido alto Sonho Meu, parceria de Délcio com Dona Ivone Lara) e de Zezé Gonzaga, que canta com o autor a música-título. Por uma dessas incompreensíveis injustiças da indústria fonográfica, Délcio Carvalho tem apenas quatro discos gravados - mais ou menos um por cada dez anos de trabalho. Para completar o absurdo, nenhum de seus discos anteriores está disponível. O penúltimo chegou a sair em CD, mas com distribuição quase nenhuma. Quem encontrou, na época, teve sorte. Em todo caso, essa questão é mais da indústria do que da arte. Délcio é um dos maiores compositores de toda a história do samba. Melodista herdeiro legítimo de Cartola, poeta inspiradíssimo e original, cantor de timbre grave e melodioso. No show, vai mostrar músicas novas, como Ao Amanhecer, que fez com Marcos Paiva, e A Lua e o Conhaque, parceria com Afonso Machado, e algumas que todos conhecem - como a citada Sonho Meu e Acreditar, ambas com Dona Ivone Lara, além de trabalhos com Ivor Lancelotti, Elton Medeiros, Maurício Tapajós, Jorge Simas, Capiba, Noca da Portela, Mário Lago Filho. Outro grande programa, gratuito, como o show de Délcio, é a apresentação de Celso Viáfora, no domingo, às 11 horas, na Praça da Paz do Parque do Ibirapuera. Celso vai mostrar as músicas de seu terceiro disco-solo, A Cara do Brasil. Uma das maiores expressões contemporâneas da música de São Paulo, Celso é parceiro de Eduardo Gudin, Elton Medeiros, Vicente Barreto, Guinga, Hermínio Bello de Carvalho e outros nomes do primeiro time da MPB. Para amanhã, boa pedida é o espetáculo do compositor instrumentista e inventor de instrumentos pernambucano Antúlio Madureira, que apresenta o show Teatro Instrumental, título também de seu disco mais recente. Antúlio foi, há dois anos, a atração nacional mais aplaudida do Free Jazz Festival. Tocando frevo e música nordestina - o público delirou. Confira no Teatro Ruth Escobar, também no sábado, sempre às 23h30. Encontro tão simpático quanto inesperado é o do quinteto carioca Nó em Pingo d´Água com o pernambucano Mestre Ambrósio, que se dá no teatro do Sesc Pompéia, sábado e domingo. Mas nada é por acaso: o Nó e o Mestre têm como substância criativa as tradições das respectivas regiões de proveniência: o choro é base da música do Nó, como a cultura popular nordestina é a raiz da obra do Mestre. Menos raiz, mais modernidade se encontra na música de Zeca Baleiro, que apresenta, amanhã e sábado, na Tom Brasil, as músicas de seu novo disco, Líricas. Ótimos espetáculos oferecem sempre as cantoras Kátia Teixeira, que mostra a música interiorana de São Paulo na Cultura Inglesa de Higienópolis, e Maria Martha, que canta a grande MPB, com a ímpar voz grave, de graça, no Parque da Aclimação.

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