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Municipal do Rio vive impasse na programação

Por Agencia Estado
Atualização:

A diretora do Teatro Municipal de São Paulo, Lúcia Camargo, reúne-se amanhã com o secretário de Estado da Cultura do Rio e presidente da Fundação Teatro Municipal, Antonio Grassi. Na pauta, as recentes mudanças no Municipal carioca que, na semana passada, teve seu orçamento cortado em R$ 5 milhões, medida a qual se seguiram cancelamentos e adiamentos de contratos e atrações previstas para a temporada deste ano. Entre elas, estava a ópera La Gioconda - que seria feita em parceria com o Municipal de São Paulo - adiada por tempo indeterminado, abrindo um buraco na programação dos teatros. Segundo Grassi, a intenção é substituir a ópera por outros dois ou três títulos, gastando um valor menor do que o previsto anteriormente. "O teatro não está isolado do processo total da secretaria, seu orçamento representa 60% do valor de nosso orçamento, precisamos reequacionar todos os nossos gastos." Segundo Lúcia Camargo, existe a possibilidade de São Paulo emprestar ao Rio a sua produção da ópera Madame Butterfly, criada em 99 em parceria com o Teatro Alfa. As mudanças no Rio tiveram início no final da semana passada, com o corte no orçamento anunciado por Grassi. Na segunda-feira, o regente principal e agora também diretor artístico Sílvio Barbato anunciava o adiamento da Gioconda e o cancelamento dos contratos de todos os artistas estrangeiros convidados a fazer parte da temporada deste ano do teatro. Entre ele, o maestro romeno Sergiu Comissiona, que se apresentaria amanhã com a orquestra do teatro. Este concerto também foi adiado e não tem data para ser apresentado. O cancelamento dos estrangeiros seria, segundo declarações dadas por Barbato, um modo de economizar e, ao mesmo tempo, "apostar mais no talento nacional". Atitude que já vinha sendo tomada nos últimos dois anos pelo maestro Luiz Fernando Malheiro, diretor musical convidado do teatro. Um levantamento nos elencos das últimas sete produções do teatro, em 2000 e 2001, mostra que para os 60 papéis de solistas, foram escalados 55 cantores brasileiros e 15 estrangeiros, levando-se em consideração a composição de mais de um elenco para cada ópera. Os maestros Sílvio Barbato e Luiz Fernando Malheiro não foram encontrados pela reportagem. Uma nova programação havia sido prometida por Barbato para esta semana, mas, segundo Grassi, ela ainda não está pronta e só deve ser divulgada a partir de segunda-feira, após as reuniões em São Paulo. "Estamos atrás de possibilidades de redução de custos para manter uma programação de alto nível." Enquanto isso, o concurso realizado pelo teatro em março para renovar seus quadros artísticos foi considerado legal pelo Ministério Público e a Procuradoria-Geral do Estado. O concurso havia sido suspenso por liminares da Justiça para averiguação de irregularidades. Agora, com a liberação, a contratação de 145 coristas, 52 bailarinos, 15 pianistas para o balé e 59 músicos para a orquestra está, segundo Grassi, em processo de homologação.

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