Mumford & Sons e Tame Impala comemoram boa fase no Lollapalooza

PUBLICIDADE

Por Pedro Antunes
Atualização:

Algo aconteceu no meio do caminho do segundo para o terceiro disco. Os integrantes do Mumford & Sons, a banda que recolocou o folk nas paradas de sucesso dos EUA e Reino Unido, abriram mão do gênero, abraçaram o rock, vestiram jaquetas de couro e deixaram o banjo de lado. O Tame Impala, grupo australiano que tem ditado as novas regras do rock, com o flerte psicodélico, enveredou para a disco music e R&B, e até música gravada pela Rihanna, no mais recente disco dela, chamado Anti, eles tiveram.  Diz-se, na indústria, que o terceiro disco é a prova final. O vai ou racha.

PUBLICIDADE

Quando a banda precisa mostrar a que veio, ou ficará escondida para sempre nas últimas colocações das listas de mais vendidos ou melhores do ano. Da Inglaterra e Austrália, Mumford & Sons e Tame Impala, respectivamente, mostraram colhões ao deixar para trás o que os consagrou. Puristas torceram os narizes, mas as experiências abriram novos caminhos para as duas bandas.

E as colocaram nas mais altas cotações dos festivais pelo mundo, como é o caso da nossa versão do Lollapalooza, cuja edição de 2016 será realizada entre os dias 12 e 13 de março, sábado e domingo, no Autódromo de Interlagos – ambas se apresentam na primeira noite, como é possível ver na tabela ao lado. Trata-se da primeira vez de Marcus Mumford e banda por aqui, logo em destaque, e da maior e mais representativa passagem de Kevin Parker e companhia pelo Brasil, depois de sete shows por Rio e São Paulo em lugares de capacidade mediana. Nenhuma das mudanças foi planejada meticulosamente, garantem as bandas.

Dançante. Novo disco do Tame Impala funciona na pista Foto: EFE|JOSE SENA GOULÃO

O Mumford & Sons havia combinado um hiato de duração indeterminada depois da turnê do segundo e bombástico Babel (2012). Rodaram o globo quase incessantemente desde 2009 e precisavam descansar. Pararam em setembro de 2013, mas menos de seis meses depois já estavam novamente no estúdio. “Queríamos, mesmo, descansar. Já não tínhamos mais 20 anos e precisávamos disso”, conta Ted Dwane, baixista da banda. “Quando começamos, em 2007, estávamos muito ligados em folk, country. A gente ainda gosta disso, mas acho que cada disco tem que ser uma espécie de fotografia da banda naquele momento. E descobrimos novas coisas, queríamos explorá-las”, completa. Bateria eletrônica e guitarra ditam as regras em Wilder Wind, um disco urbano, bem nova-iorquino, distante do ar campestre dos antecessores. 

Em um movimento de agigantamento a cada disco, tal qual Mumford & Sons, o Tame Impala há pouco deixou a esfera indie. A figura outrora obscura do líder da banda e centro criativo do projeto começa a pipocar aqui e ali graças ao sucesso do terceiro álbum deles, Currents. Depois de trazer psicodelia às guitarras, em um movimento tão impactante para a cultura underground quanto foi o retorno do garage rock às paradas no início dos anos 2000, ele se aventurou pela disco, flertou com o R&B, e uniu vocais fantasmagóricos e letras depressivas e melancólicas a batidas boas para cair na dança. 

“Não sabia se essas canções seriam do Tame Impala ou uma colaboração”, contou Kevin Parker. “Mas preciso dizer que fazer dance music sempre foi algo que eu quis. Adoro funk norte-americano, música eletrônica. É claro, também gosto de rock, de psicodelia, mas queria conseguir unir todas essas influências. Para mim, era algo inevitável, entende?” 

Urbano. Álbum do Mumford & Sons foi inspirado por NY Foto: Steve Mitchell|Invision|AP

O nome de Parker, agora, figura ao lado de gente como Mark Ronson, criador do hit de Bruno Mars Uptown Funk, e de Rihanna, que regravou de maneira surpreendentemente literal a canção New Person, Same Old Mistakes. “Adorei. Essa canção era para ser um R&B, mas eu não sou esse tipo de cantor”, derrete-se o australiano. Existe uma lenda curiosa que diz que Kevin Parker se inspirou para criar a sonoridade de Currents enquanto dirigia pelo deserto californiano, fumando maconha, e uma canção do Bee Gees tocou na rádio. “Eram cogumelos”, corrige ele, de bom humor, sem negar ou confirmar a história.

Publicidade

Escalação completa:

Sábado (12 de março) l Palco Skol: 12h05 – The Baggios 14h – Matanza 16h10 – Bad Religion 18h35 – Tame Impala 21h30 – Eminem    l Palco Onix 12h55 – Dônica 15h05 – Eagles of Death Metal 17h15 – Of Monsters and Men 19h55 – Mumford and Sons    l Palco Axe 12h – Ego Kill Talent 12h45 – Supercombo 14h – Vintage Trouble 15h30 – The Joy Formidable 17h15 – Cold War Kids 18h45 – Halsey 20h15 – Die Antwoord 21h45 – Marina and The Diamonds    l Kidzapalooza 12h55 – School of Rock 15h05 – Zerb 17h15 – Future Class   l Trident at Perry’s 13h – Zerb 14h – Groove Delight 15h – Matthew Koma 16h15 – A-Trak 17h30 – RL  Grime 18h45 – Flosstradamus 20h15 –  Alok 21h30 – Kaskade Domingo (13) Palco Skol 12h – Dingo Bells 13h45 – Marrero 15h40 – Twenty One Pilots 17h50 – Noel Gallagher’s High Flying Birds 20h30 – Florence + the  Machine   Palco Onix 12h55 – Maglore 14h35 – Walk the Moon 16h45 – Alabama Shakes 19h10 – Jack Ü   Palco Axe 13h – Versalle 14h30 – Seed 16h – Albert Hammond Jr. 17h30 – Odesza 19h – Jungle 20h45 – Planet Hemp   Kidzpalooza 12h55 – School of Rock 14h35 – Mike Tompkins 16h45 – Lazy Bear   Trident at Perry’s 12h30 – Funky Fat 13h30 – Karol Conka 14h30 – Jack Novak 15h30 – Gramatik   16h45 – Duke  Dumont 18h – Zeds Dead  19h35 – Emicida 20h45 – Zedd

LOLLAPALOOZA 2016. Autódromo de Interlagos. Av. Senador Teotônio Vilela, 261. Dias 12 e 13, a partir das 12h. R$ 450 (dia), R$ 800 (dois dias). 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.