
07 de março de 2016 | 04h00
Diz-se, na indústria, que o terceiro disco é a prova final. O vai ou racha.
Quando a banda precisa mostrar a que veio, ou ficará escondida para sempre nas últimas colocações das listas de mais vendidos ou melhores do ano. Da Inglaterra e Austrália, Mumford & Sons e Tame Impala, respectivamente, mostraram colhões ao deixar para trás o que os consagrou. Puristas torceram os narizes, mas as experiências abriram novos caminhos para as duas bandas.
E as colocaram nas mais altas cotações dos festivais pelo mundo, como é o caso da nossa versão do Lollapalooza, cuja edição de 2016 será realizada entre os dias 12 e 13 de março, sábado e domingo, no Autódromo de Interlagos – ambas se apresentam na primeira noite, como é possível ver na tabela ao lado. Trata-se da primeira vez de Marcus Mumford e banda por aqui, logo em destaque, e da maior e mais representativa passagem de Kevin Parker e companhia pelo Brasil, depois de sete shows por Rio e São Paulo em lugares de capacidade mediana. Nenhuma das mudanças foi planejada meticulosamente, garantem as bandas.
O Mumford & Sons havia combinado um hiato de duração indeterminada depois da turnê do segundo e bombástico Babel (2012). Rodaram o globo quase incessantemente desde 2009 e precisavam descansar. Pararam em setembro de 2013, mas menos de seis meses depois já estavam novamente no estúdio. “Queríamos, mesmo, descansar. Já não tínhamos mais 20 anos e precisávamos disso”, conta Ted Dwane, baixista da banda. “Quando começamos, em 2007, estávamos muito ligados em folk, country. A gente ainda gosta disso, mas acho que cada disco tem que ser uma espécie de fotografia da banda naquele momento. E descobrimos novas coisas, queríamos explorá-las”, completa. Bateria eletrônica e guitarra ditam as regras em Wilder Wind, um disco urbano, bem nova-iorquino, distante do ar campestre dos antecessores.
Em um movimento de agigantamento a cada disco, tal qual Mumford & Sons, o Tame Impala há pouco deixou a esfera indie. A figura outrora obscura do líder da banda e centro criativo do projeto começa a pipocar aqui e ali graças ao sucesso do terceiro álbum deles, Currents. Depois de trazer psicodelia às guitarras, em um movimento tão impactante para a cultura underground quanto foi o retorno do garage rock às paradas no início dos anos 2000, ele se aventurou pela disco, flertou com o R&B, e uniu vocais fantasmagóricos e letras depressivas e melancólicas a batidas boas para cair na dança.
“Não sabia se essas canções seriam do Tame Impala ou uma colaboração”, contou Kevin Parker. “Mas preciso dizer que fazer dance music sempre foi algo que eu quis. Adoro funk norte-americano, música eletrônica. É claro, também gosto de rock, de psicodelia, mas queria conseguir unir todas essas influências. Para mim, era algo inevitável, entende?”
O nome de Parker, agora, figura ao lado de gente como Mark Ronson, criador do hit de Bruno Mars Uptown Funk, e de Rihanna, que regravou de maneira surpreendentemente literal a canção New Person, Same Old Mistakes. “Adorei. Essa canção era para ser um R&B, mas eu não sou esse tipo de cantor”, derrete-se o australiano. Existe uma lenda curiosa que diz que Kevin Parker se inspirou para criar a sonoridade de Currents enquanto dirigia pelo deserto californiano, fumando maconha, e uma canção do Bee Gees tocou na rádio. “Eram cogumelos”, corrige ele, de bom humor, sem negar ou confirmar a história.
Escalação completa:
Sábado (12 de março)
l Palco Skol:
12h05 – The Baggios
14h – Matanza
16h10 – Bad Religion
18h35 – Tame Impala
21h30 – Eminem
l Palco Onix
12h55 – Dônica
15h05 – Eagles of
Death Metal
17h15 – Of Monsters and Men
19h55 – Mumford and Sons
l Palco Axe
12h – Ego Kill Talent
12h45 – Supercombo
14h – Vintage Trouble
15h30 – The Joy
Formidable
17h15 – Cold War Kids
18h45 – Halsey
20h15 – Die Antwoord
21h45 – Marina and
The Diamonds
l Kidzapalooza
12h55 – School of Rock
15h05 – Zerb
17h15 – Future Class
l Trident at Perry’s
13h – Zerb
14h – Groove Delight
15h – Matthew Koma
16h15 – A-Trak
17h30 – RL
Grime
18h45 – Flosstradamus
20h15 –
Alok
21h30 – Kaskade
Domingo (13)
Palco Skol
12h – Dingo Bells
13h45 – Marrero
15h40 – Twenty One Pilots
17h50 – Noel Gallagher’s
High Flying Birds
20h30 – Florence + the
Machine
Palco Onix
12h55 – Maglore
14h35 – Walk the Moon
16h45 – Alabama Shakes
19h10 – Jack Ü
Palco Axe
13h – Versalle
14h30 – Seed
16h – Albert Hammond Jr.
17h30 – Odesza
19h – Jungle
20h45 – Planet Hemp
Kidzpalooza
12h55 – School of Rock
14h35 – Mike Tompkins
16h45 – Lazy Bear
Trident at Perry’s
12h30 – Funky Fat
13h30 – Karol Conka
14h30 – Jack Novak
15h30 – Gramatik
16h45 – Duke
Dumont
18h – Zeds Dead
19h35 – Emicida
20h45 – Zedd
LOLLAPALOOZA 2016. Autódromo de Interlagos. Av. Senador Teotônio Vilela, 261. Dias 12 e 13, a partir das 12h. R$ 450 (dia), R$ 800 (dois dias).
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