PUBLICIDADE

Mostra Sesc de Artes traz opções de diversos gêneros a São Paulo

Programação teatral, musical e de artes é diversa; grupo 'Tumi and the Volume' faz show nesta quinta

Por Jotabê Medeiros - O Estado de S. Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - O que diferencia um rapper da África de um rapper da América? Bom, em qualquer rima de Tumi Molekane (nascido na Tanzânia e radicado desde a infância na África do Sul), o líder do grupo Tumi and The Volume, a diferença vai ser pronunciada.

PUBLICIDADE

Na letra de Afrika, por exemplo, um hit mais antigo do grupo. "A.f.r.i.c.a/ É onde eu permaneço com minha velha senhora/Terra do trem Garvey/Do caminho da divindade, da antiga escravidão". O "Trem Garvey" foi uma utopia de um idealista, Marcus Garvey (criador da Universal Negro Improvement Association), uma linha que sonhava permitir o retorno dos expatriados afro-americanos, entre 1919 e 1922.

Tumi and the Volume é uma das principais atrações da Mostra Sesc de Artes, que vai ocupar todas as unidades do Sesc São Paulo entre esta quinta-feira, 19, e o dia 29 deste mês. O grupo toca nesta quinta, na abertura, às 21h30, no Sesc Pompeia – e se reapresenta na sexta e no sábado. Atuando numa zona fronteiriça entre o hip-hop e o jazz, influenciado pela chamada "poesia da Renascença do Harlem", entre a utopia unificadora de Mandela e Masekela, Tumi criou uma nova dicção para o rap.

Não é uma relação sem atritos a que rola entre Tumi e o resto do rap sul-africano. A proximidade de seu som com o acid jazz, com um som mais macio, "chilled", o levou a ser acusado de "traidor" do movimento. Ele não se abala. Como diz na letra de Yvonne: "Dizem que um tamborim de pele fina/Faz uma batida mais forte/ Estou farto o bastante da baboseira/Minha façanha é doce".

Em entrevista exclusiva ao Estado, Tumi falou de seu primeiro show no Brasil e de como gostaria de ter uma oportunidade para ir ao estádio e ver jogar o craque Lucas, do São Paulo, que ele admira. Também diz que, do hip-hop brasileiro, conhece e aprecia MV Bill, mas a barreira da língua o impediu de conhecer mais.

A avalanche musical da Mostra Sesc prossegue com Glenn Branca Ensemble, Blitz The Ambassator (de Gana), Elo da Corrente, Wadada Leo Smith e Tom Zé. E continua com cerca de 70 excelentes opções em teatro (Lume Teatro, New York City Players, Gob Squad, Jan Fabre), dança (Claudia Triozzi, Luis Garay, Cia. Chunky Move, Julie Nioche, Wagner Schwartz), artes visuais (Agata Olek, Marepe, Carmela Gross, Nuno Ramos, Nazareth Pacheco), cinema (exibição de filmes de Guy Maddin, Herzog, Scorcese, Wim Wenders), artemídia (O Grivo, Dudu Tsuda, Martin Rille, Omproduck) e literatura (Ariano Suassuna, Giallio, Offlaga Disco Pax, Toumani Kouaté).

 

Publicidade

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.