Morre Ike Turner, pioneiro do rock e ex-marido de Tina

Sua importância no rock ficou eclipsada pela brutalidade a que submetia sua ex-mulher, Tina Turner

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Por Associated Press
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Ike Turner, cujo papel como um dos arquitetos mais importantes do rock ficou eclipsado por sua imagem de monstro que abusou brutalmente de sua ex-mulher, a legendária Tina Turner, morreu nesta quarta-feira, 12, em sua casa, em um subúrbio de San Diego, na Califórnia. Tinha 76 anos.   Veja também: Ike Turner fala sobre sua conturbada relação com Tina Turner, em entrevista exclusiva do 'JT', em 2004 Confira o site de Ike Turner    A causa da morte do cantor, compositor e guitarrista ainda não foi esclarecida. Ike estava em casa e possivelmente morreu dormindo. "Ele se foi esta manhã", disse-se Scott M. Hanover, do Thrill Entertainment Group, que administrava a carreira musical de Turner.   Nascido no Estado de Mississippi em 1931, Turner era apaixonado por blues e começou cedo na música, a princípio tocando piano, depois, guitarra. Era considerado um dos pioneiros do rock. Participou ao piano no disco de Jackie Brensten Rocket 88, de 1951, considerado freqüentemente como um dos primeiros discos de rock and roll.   Sua fase de maior sucesso foi ao lado da cantora Tina Turner, com quem foi casado e realizou gravações antológicas a partir de 1960, como A Fool in Love e Proud Mary,como a dupla Ike & Tina.  Realizaram grandes turnês pela Europa, Japão e África, e inclusive em 1968 abriram um show dos Rolling Stones.   O grande talento de Turner, um dos nomes de ponta do rhythm’n’blues, porém, foi ofuscado por seus atos de violência contra Tina em meados dos anos 70. Afundando no vício em cocaína, Ike chegou a ser preso e nunca mais recuperou a carreira depois da separação de Tina, que deu a volta por cima e fez muito sucesso sozinha.   Em 1978 se divorciaram e a cantora ficou com a custódia dos três filhos do casal, concebidos em relações anteriores (dois dele e um dela).   Ike entrou para o Salão da Fama do rock'n'roll, junto com a ex-esposa, em 1991, e dez anos mais tarde entrou para o Salão da Fama de Saint Louis. A imagem deteriorada de Ike Turner melhorou um pouco na última etapa de sua vida, quando voltou aos palcos junto com sua banda The Kings of Rhythm, que colheu elogios da imprensa especializada.   Além disso, colaborou na trilha sonora de um episódio da série Família Soprano e dos filmes Kill Bill e Janis e John.   Turner conquistou o Grammy deste ano na categoria Melhor Álbum Tradicional de Blues, com o disco Risin with the Blues. Este foi seu segundo Grammy em 35 anos, após o clássico Proud Mary. Os elogios da crítica referiam-se na época não só à qualidade do álbum mas também à perseverança de seu talento, demonstrando que aos 75 anos ele ainda estava em plena forma musical.

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