PUBLICIDADE

Morre aos 93 anos o crítico musical José Ramos Tinhorão

Temido e ácido, Tinhorão não perdoou gêneros musicais e artistas consagrados, da bossa ao iê-iê-iê

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O pesquisador e crítico musical José Ramos Tinhorão morreu nesta terça-feira, 3, aos 93 anos, segundo um comunicado da Editora 34, que publicava seus livros. A causa da morte ainda não foi divulgada.

José Ramos Tinhorãona 13ºFesta Literária Internacional de Paraty (Flip), de 2015 Foto: Walter Craveiro/Flip

PUBLICIDADE

Tinhorão foi um dos pilares da crítica musical brasileira, e era tido como um dos mais temidos analistas da música. Seus comentários ferinos não pouparam nem mesmo Tom Jobim: em 2015, durante um debate na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), ele afirmou ter "pena" de Jobim. "Ele tinha um equívoco fundamental: Achava que compunha música brasileira." Ainda no mesmo evento, Tinhorão afirmou que "a bossa nova era o jazz pasteurizado". 

O crítico não poupava nem mesmo ritmos e artistas consagrados como o iê-iê-iê, Roberto Carlos e Chico Buarque. 

Tinhorão foi pesquisador, publicou dezenas de livros sobre música brasileira e portuguesa e chegou a reunir um acervo com mais de 13 mil discos, 14 mil livros e 35 mil documentos sobre música e cultura. Seu acervo foi comprado em 2001 pelo Instituto Moreira Salles, que chegou a fazer uma exposição a respeito. 

Em 2010, Elizabeth Lorenzotti publicou uma biografia do crítico, intitulada Tinhorão - O Legendário. Seu apelido vem doas anos 1950, quando trabalhou no Diário Carioca fazendo textos-legenda.

Tinhorão chegou a ser retratado na peça Bonitinha Mas Ordinária, de seu amigo e colega de redação Nelson Rodrigues, como um personagem conquistador. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.