A cantora Zezé Gonzaga morreu na madrugada desta quinta-feira, 24, aos 81 anos. Nascida na cidade mineira de Manhuaçu, ela morava no Rio desde a juventude - na cidade, consagrou-se, chegando a ser uma das mais requisitadas das estrelas da fase áurea da Rádio Nacional. Zezé estava internada no Hospital Adventista Silvestre, que não divulgou a causa da morte. O velório e o enterro foram marcados para a tarde desta quinta. Amigo de décadas e grande admirador, o compositor e produtor Hermínio Bello de Carvalho, para quem Zezé era "uma menina de 81 anos", esteve ao seu lado até o fim, assim como os sobrinhos (Zezé tinha uma filha de criação, que morreu há nove anos; desde então, morava sozinha num apartamento na zona norte do Rio). Foi Hermínio quem produziu Sou Apenas uma Senhora que Ainda Canta, o primeiro disco solo e o penúltimo da carreira de 65 anos. O CD saiu em 2006, quando Zezé já estava com 76 anos. Também foi ele o responsável pelo projeto de Entre Cordas, o último trabalho de Zezé, lançado em fevereiro deste ano (são duas faixas gravadas para o CD e outras onze resgatadas de gravações antigas por Hermínio, em que ela é acompanhada por músicos como Baden Powell e Raphael Rabello). O disco foi uma homenagem ao octogenário. Na ocasião, Hermínio disse: "Zezé a temos perto de nós, ainda e por muito tempo. Cuidemo-nos para preservar seu brilho, polindo, com esmero, sua permanente luminosidade." Apesar de seu estímulo, a senhora que começou a cantar aos 13 aos, em bailinhos e clubes, não queria mais estar no palco. "O que tinha que fazer eu já fiz", acreditava. Ela estava abalada desde 2003, quando sofreu uma queda ao subir a escadaria de um teatro, no Rio. O afundamento do osso esterno (no tórax) prejudicou sua respiração, o que atrapalhava seu desempenho. Perfeccionista, achava que não estava cantando como deveria. "Se não posso fazer bem, prefiro não fazer", repetia.