Mônica Salmaso lança novo álbum

Cantora mostra a beleza rara da música popular brasileira no show de lançamento de Iaiá, hoje e amanhã, em São Paulo

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Por Agencia Estado
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Parece que a estética da delicadeza está mesmo de volta. E com ela a (re)descoberta de belezas musicais raras do Brasil, que andaram meio esquecidas. Por uma feliz coincidência os discos recentes de ótimas intérpretes como Mônica Salmaso - que faz shows de lançamento de Iaiá (Biscoito Fino) no Tuca -, Maria Bethânia e Teresa Cristina meio que configuram uma tendência. "Isso não foi conversado e acho cedo para avaliar, mas acho que é o momento de recuperar uma certa música popular brasileira que foi esmagada. Em relação à indústria fonográfica ela ficou ilhada em sete ou oito grandes nomes, como se nada continuasse sem eles", diz Mônica. Teresa Cristina, não por coincidência, faz dueto com Mônica em Na Aldeia (Silvio Caldas/De Chocolat/Carusinho), que encerra Iaiá. "Teresa reverencia o que canta. Ela sabe que importante é a música e não ela", elogia Mônica. Esse é o ponto em que ambas mais se identificam. "Devo muito a ela e a Cristina Buarque o que aprendi do samba carioca." Doce da Feira (Jair do Cavaquinho/Altair Lima) é um desses achados. Outro é a evocação a Clementina de Jesus em Moro na Roça, que abre o CD. O canto afinado brilha em função de um repertório irretocável, que tem maxixe, samba de gafieira, choro, toada, canções menos difundidas de compositores consagrados como Chico Buarque (Sinhazinha), Tom Zé (Menina, Amanhã de Manhã), Tom Jobim e Vinicius de Moraes (Por Toda a Minha Vida). Há outras preciosidades pinçadas por Mônica, que de tão ocultas parecem inéditas, como Cidade Lagoa (Sebastião Fonseca/Cícero Nunes), Vingança (Francisco Mattoso/José Maria de Abreu e a já citada Na Aldeia. Grande parte do repertório vem do projeto Ponto In Comum, que Mônica realizou em 2002 e 2003 no Sesc Ipiranga, em que dividiu o palco com gente tarimbada de diversos gêneros musicais. Como em seus discos anteriores, não podem faltar Chico Buarque, Dorival Caymmi (É Doce Morrer no Mar). "São os dois compositores com quem mais me identifico e que estão na minha estrutura e até na minha formação emocional em relação à música." É por essas e outras que Mônica refina sua característica de cantora atemporal. Mônica Salmaso - Hoje e amanhã às 21 horas; domingo às 20 horas. R$ 20,00 e R$ 10,00. No Tuca, Rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes, 3670-8455. Até domingo.

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