Moacir Santos apresenta suas "melhores coisas"

No evento Coisas de Moacir, filmes, oficina e shows celebram a obra do pernambucano Moacir Santos, de 80 anos

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Por Agencia Estado
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Durante mais de três décadas, a mitológica obra do pernambucano Moacir Santos permaneceu na redoma dos tesouros inacessíveis. Radicado nos Estados Unidos desde 1967, o músico só fez aparições esporádicas nos palcos brasileiros (a última vez foi no projeto Arranjadores, em 1992) e seus discos continuavam fora de catálogo, dificultando o acesso. Até que o violonista Mário Adnet e o saxofonista Zé Nogueira se empenharam em reunir um elenco luxuoso de instrumentistas brasileiros para homenageá-lo no CD duplo Ouro Negro, em 2001. No Free Jazz Festival daquele ano os mesmos músicos fizeram um show tão memorável quanto o disco, tendo Santos emocionado na platéia. No ano passado foi a vez do antológico álbum Coisas (1965) a ser lançado em CD pelo selo MP,B. Agora as melhores "coisas" (como o próprio autor batizou suas composições mais incensadas) reunidas naqueles dois trabalhos ganham novo impulso na segunda etapa do processo de revalorização de seu cancioneiro. Trata-se do evento Coisas de Moacir, coordenado por Adnet e Nogueira, que começa hoje no Sesc Pinheiros, com a exibição do filme Ganga Zumba, de Cacá Diegues, que tem trilha assinada por Santos. Hoje e quarta ele participa de dois shows que serão gravados para sair em DVD no fim do ano e um programa especial do Canal Brasil, com exibição marcada para setembro. Haverá ainda uma oficina destinada a músicos em torno dos songbooks Ouro Negro e Coisas, que será lançado na quinta-feira. Os livros têm partituras, material iconográfico e texto do jornalista e crítico de música Hugo Sukman. "Estou muito emocionado, vibrando com essas homenagens. Parece um sonho maravilhoso, agradável, embora saiba que é realidade", diz o compositor, maestro, arranjador, professor e saxofonista de 80 anos, que depois de sofrer um derrame há dez anos não toca nenhum instrumento. Ele também já não compõe mais. Suas últimas criações, dos anos 90, serão reunidas num CD, Choros & Alegria, com outras que fez na adolescência. Nos shows de hoje e depois Santos vai apenas cantar algumas músicas. No de quarta, que será gravado pelo Canal Brasil, ele terá a companhia de Djavan, Ed Motta e João Bosco, interpretando as mesmas músicas que gravaram com ele em Ouro Negro - Sou Eu (Luanne), Orfeu (Quiet Carnival) e Oduduá (What´s My Name), respectivamente. Entre os 19 instrumentistas que vão acompanhá-los estão, além de Adnet e Nogueira, Zeca Assumpção (baixo acústico), Teco Cardoso (sax e flauta), Armando Marçal (percussão), Cristóvão Bastos (piano), Ricardo Silveira (guitarra) e Vittor Santos (trombone). Coisas de Moacir - Sesc Pinheiros/Teatro (1.010 lug.). R. Paes Leme, 195, Pinheiros, 3095-9400. Hoje, 21 horas. Amanhã (ingressos esgotados), 21 horas. R$ 15 a R$ 30 (shows). Os demais eventos são grátis

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