Mistura de ritmos do Café Tacvba atrai plateia curiosa

Banda mexicana mistura rock, pop, ritmos latinos e psicodelia

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Por Gabriel Perline - O Estado de S. PAulo
Atualização:

Render-se à energia dos músicos do Café Tacvba foi prática comum a quem chegava ao Autódromo durante o show do grupo de rock mexicano, que subiu ao palco pontualmente, às 15h30, atraindo aqueles que entravam por um dos portões de acesso da Av. Jacinto Julio.

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O vocalista Rubén Isaac Albarrán, ou Juan - como é chamado pelos fãs, se manteve enérgico desde a abertura com Pájaros, música do último álbum de estúdio, El Objeto Antes Llamado Disco. A plateia, ainda pequena e concentrada no pé do palco, se entregou e entoou a letra junto com a banda.

"Como vocês estão? É com muita alegria que estamos aqui. É uma pena eu não falar português, mas quem nos entender, por favor, ajudem os amigos que não nos entendem", disse Juan.

E a tal alegria dos músicos era notória. Em todas as músicas, uma dancinha diferente era emplacada. A plateia respondia com gritos e aplausos a todas estripulias dos mexicanos. E quem chegava ao Autódromo, parava para ver a performance do grupo, tanto que a arena do palco Interlagos, visualmente, triplicou em número de público.

A mistura de rock, pop, ritmos latinos e um certo tom de psicodelia foi uma escolha acertada do Café Tacvba, contemplando os hits da maioria dos álbuns lançados desde 1992.

Entre uma canção e outra, Juan se mostrou um filósofo e tentou transmitir mensagens de paz, amor e harmonia, muitas vezes indecifráveis por faltar certas conexões com o que viria a cantar na sequência. "Vamos enviar energias positivas para um mundo mais horizontal, linear e sem distinções. Essa música é para as mulheres", disse antes de cantar La Ingrata, do álbum Tiempo Transcurrido (2000), que fala sobre um amor não correspondido.

O tecladista Emmanuel del Real, apelidado de Meme, é uma das armas secretas. Por diversos momentos, fez intervenções vocais bem afinados e contagiantes. Em 'Aprovechate', ele tomou o posto do frontman e cantou sozinho.

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Na metade do show, o cantor Lucas Santtana, que acabara de se apresentar no mesmo palco, foi à plateia curtir a apresentação. "É a maior banda pop do México. Fundiu o pop com uma linguagem do país de uma maneira não óbvia", disse o cantor ao Estado.

Próximo do fim, fãs mexicanos levantaram bandeiras do país e formaram um coro com a letra de 'Chilanga Banda', que seria executada na sequência. "Estes cantos hispânicos me colocam em transe. Por favor, vamos compartilhar nossa cultura com nossos irmãos cariocas", disse o vocalista. "Você não está no Rio", respondeu uma garota da plateia, aos risos.

A gafe passou batida pelos músicos, que encerraram a apresentação no horário previsto, as 16h30, mantendo a empolgação emplacada desde a primeira música.

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