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Ministro-cantor Gil estréia show hoje em SP

Eletracústico, sem baixo e bateria, revela um flerte com a música eletrônica, com uma formação que permite explorar "supresas e estranhezas" no repertório do cantor

Por Agencia Estado
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Como ministro, Gilberto Gil está sempre no meio do embate (está no meio de um grande bafafá agora). Como cantor, no entanto, Gilberto Gil é sincero: tem feito o que pode. O show Eletracústico, que ele estréia hoje, às 22 horas, no Directv Music Hall, é um show "de oportunidade", como define. Foi o que lhe foi possível fazer, acrescenta. "Não é uma escolha conceitualizada, não há tematização. Foi apenas uma idéia que me deu a oportunidade de fazer alguma outra coisa, de simplificar o trabalho que eu vinha fazendo com uma banda grande", ele explica. Eletracústico, no entanto, não é um trabalho menor, ele adverte. Tanto que vai virar disco (em outubro, ele entra em estúdio para produzir o novo álbum, que sairá provavelmente em novembro pela Warner). O conceito do disco revela um flerte com a música eletrônica. Ao lado do parceiro Marcos Suzano (percussionista e amante da eletrônica, protagonista de um encontro memorável no Free Jazz Festival com o indobritânico Talvin Singh), Gil promoveu uma releitura de alguns dos seus sucessos. A releitura é uma espécie de "antidrum´n´bass", já que ele extirpou bateria e contrabaixo da sua formação clássica de palco. Gil conta que a gênese desse show foi durante uma performance que fez na sede das Nações Unidas, em Nova York, naquele célebre show em que o presidente da ONU, Kofi Anan, assumiu a percussão. Depois, ele o "anabolizou" para apresentar no Rock in Rio, em Lisboa. "São exercícios, brincadeiras sonoras com um potencial de surpresa, de estranheza. Tudo permeado por um repertório de canções conhecidas", assume. Entre essas canções, estão Chuck Berry Fields Forever, Refavela, Toda Menina, Soy Loco, Expresso 2222, Não Chore mais, Asa Branca, Three Little Birds, Aquele Abraço e A Novidade, entre outros. De inédito, não haverá nada no show. Gil está trabalhando num disco de sambas, mas este só virá num futuro não muito próximo. Ele já tem 9 sambas escolhidos e, desde que se tornou ministro, só uma canção nova, Máquina do Ritmo (veja texto ao lado). Ela não estará no show, mas poderia perfeitamente estar: o tema é análogo. Gil concorda, mas diz que a música ainda não está pronta, que ainda está "misturando ingredientes". Além de Suzano, Gil será acompanhado por Sérgio Chiavazzoli (guitarra), Gustavo Di Dalva (percussão) e Cícero Assis (acordeão e teclado). Gilberto Gil. 16 anos (14 e 15 acomp. dos resp.). Dom. permitido crianças de 8 a 13 anos acompanhadas dos responsáveis. Directv Music Hall (1.600 lug.). Alameda dos Jamaris, 213, Moema, 6846-6040. Hoje e sáb., 22h; dom., 20h. R$ 40 a R$ 80

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