Minc anuncia apoio a orquestras

Ao todo, R$ 1,2 milhão será distribuído a projetos, que devem ser cadastrados até o dia 26

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Música e Artes Cênicas, anunciou nesta semana a criação de um Programa de Apoio às Orquestras. A intenção é, ainda neste ano, distribuir R$ 1,2 milhão para grupos de todo o País. Cada projeto selecionado receberá no máximo R$ 100 mil. A resolução é a primeira após a realização do Simpósio das Orquestras, evento realizado no ano passado em Brasília, no qual maestros, músicos e diretores de orquestras discutiram, durante uma semana, os principais problemas enfrentados e possíveis soluções neste campo. Segundo o secretário Humberto Ferreira Braga, o programa pretende ajudar projetos que recebam menos auxílio de outras fontes e que desenvolvam importantes trabalhos em suas comunidades. Orquestras interessadas devem entrar em contato pelo telefone (0--61) 316-2122 para obter mais informações. As inscrições vão até o dia 26. Agência Estado - Quais serão os critérios para a escolha dos projetos a serem contemplados pelo programa? Que tipo de projeto o ministério pretende auxiliar? Humberto F. Braga - Os critérios serão exatamente aqueles que orientam a seleção dos projetos que apresentam menor índice de apoio de outras fontes de recursos, que indiquem o maior acesso do público às apresentações e o da descentralização do atendimento nas diversas regiões do País. Orquestras que não estão nos grandes centros e que desenvolvem importante trabalho nas suas comunidades são também apreciadas com especial atenção. A inclusão de compositores brasileiros na programação também será um ponto a ser considerado na análise dos projetos. Com base em que conclusões o ministério decidiu criar o progama? A idéia do programa surge a partir de uma compreensão de que as políticas mais eficientes são traduzidas em programas. Programas que tenham uma regulamentação pré-definida, por intermédio dos quais os proponentes podem participar sabendo as regras do jogo. Os programas ampliam a participação dos artistas, tornam a relação com o serviço público mais clara e disciplinada, possibilitam uma visão de conjunto e evitam o atendimento no varejo que não é democrático. Programas permanentes, transparentes, com calendário divulgado foram também reivindicações do Simpósio sobre Orquestras realizado em Brasília. Ainda na área de música erudita, há outras propostas do ministério, tendo como base as conclusões do Simpósio das Orquestras? Além do Programa de Apoio às Orquestras, a secretaria está planejando um projeto de circulação de grupos instrumentais por diversas regiões do País. Está planejando um concurso de canto lírico, também no corrente ano, e está apoiando um prêmio para música clássica, em diversas categorias. A produção de ópera não consta ainda nos planos da secretaria porque são iniciativas, geralmente, de Estados e municípios. Mas há uma preocupação na secretaria no sentido de buscar uma política também na área da ópera. A secretaria vem apoiando também bancos de partituras, possibilitando não apenas restauração como difusão de peças musicais. Orquestras e teatros municipais têm flertado, nos últimos anos, com a idéia de uma associação cada vez mais íntima com a iniciativa privada, tendo em vista o alto custo de suas atividades. Como o sr. vê o papel do Estado na manutenção de instituições como essas? A participação da iniciativa privada é importante porque soma e enriquece o atendimento ao panorama artístico e cultural do País que é muito grande e muito diversificado. O País não pode prescindir da participação da iniciativa privada na vida cultural e artística. É tão importante que o ministério facilitou a participação da iniciativa privada, através da Lei Rouanet, oferecendo o desconto de 100%, na área da música erudita. Os custos de manutenção das orquestras são muito altos e necessitam da colaboração do maior número possível de parceiros para que o País tenha mais orquestras em melhores condições de funcionamento e maior oferta de música clássica para o público. Principalmente, para o público que não tem acesso a esse gênero musical.

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