Minas, Rio e SP fazem a final do Prêmio Visa

Os compositores Celso Adolfo, Chico Saraiva, Rafael Alterio, Sérgio Santos e Vander Lee vão disputar a final da 6.ª edição do prêmio

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Por Agencia Estado
Atualização:

Em ordem alfabética, os cinco finalistas da 6.ª edição do Prêmio Visa de MPB são os compositores Celso Adolfo, Chico Saraiva, Rafael Alterio, Sérgio Santos e Vander Lee. O primeiro e os dois últimos são mineiros. Chico Saraiva nasceu no Rio, cresceu em Santa Catarina e é radicado em São Paulo. Rafael Alterio é o único paulistano a chegar à final, que será realizada em São Paulo, no mês que vem, no dia 23. A premiação soma R$ 200 mil. O primeiro colocado ganha a metade do total. O segundo, R$ 50 mil. O terceiro, R$ 30 mil. Os outros dois recebem prêmio igual, de R$ 10 mil. O vencedor tem, ainda, o direito de gravar um disco pela Gravadora Eldorado. O Prêmio Visa de MPB foi criado e é produzido pela Rádio Eldorado, com patrocínio dos cartões Visa. A classificação dos finalistas pode, à primeira vista, parecer conservadora. Os cinco compositores têm nítida proximidade com a corrente da canção popular que tem apoio mais evidente em Tom Jobim e Milton Nascimento. No primeiro caso está Chico Saraiva; no segundo, os mineiros Celso Adolfo, Sérgio Santos e Vander Lee. Num plano intermediário, Rafael Alterio, que mora no interior de São Paulo, compõe com sotaque que mistura a canção urbana com alguma boa influência caipira. E isso é um elogio. São cinco grandes músicos e a aparência conservadora dilui-se no exame das obras. Cada um deles, à sua maneira, acrescenta um ponto à corrente que segue. Os três mineiros estão além de Milton Nascimento, mesmo que sejam crias musicais dele - é que Milton, embora nascido no Rio, foi rigorosamente determinante para o que hoje se entende como "música mineira". Conseguiu definir os parâmetros significativos daquela identidade. É uma influência inescapável e os autores das Gerais têm, certamente, a preocupação adicional de afastar-se da linguagem por ele determinada, façam sambas, congadas, canções ou o que for. Mais cosmopolita - a história de vida conta isso -, Chico Saraiva age com mais liberdade nos diversos gêneros em que atua, o choro, o samba, o baião, o frevo, a bossa. Seja como for, os candidatos que estão na final do Visa são autores que engrandecem a canção popular e confirmam que a música brasileira vai muito bem, sim senhor, obrigado. Há crise, mas é do mercado. A criação vive grande fase. Confiram.

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