Milton lança o selo Nascimento

A previsão é de até seis lançamentos em 2004, entre projetos pessoais e dos músicos que o rodeiam. Enquanto isso, Milton volta a São Paulo com o show de Pietá, sábado e domingo, no Olympia

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Por Agencia Estado
Atualização:

Ninguém espere um disco de Milton Nascimento em 2004. Devem vir muitos, no selo que ele acaba de criar, que leva seu sobrenome e servirá para lançar seus projetos pessoais e dos músicos que o rodeiam. Três CDs já estão decididos. As trilhas sonoras do balés criadas por ele, Nascimento, para David Parsons, e Cores e Vozes, cujo coreógrafo ainda não está definido, e o da cantora Marina Machado, que está no seu disco Pietá e no show do mesmo nome, que ele reprisa sábado e domingo, no Olympia, em São Paulo. A não ser pela ausência das cantoras Simone Guimarães e Maria Rita, presentes no disco e na primeira parte da turnê de Pietá, o show é o mesmo. "É a melhor banda da minha vida e, pela primeira vez, comecei um disco com o material humano, mas sem repertório", conta Milton. "Adorei, porque todos são maestros e compositores e as músicas nasceram do conjunto. Sobrou material para muitos outros discos." Essa fartura de talentos foi a gota d?água para Milton decidir-se. Em maio, quando estreou Pietá, ele pediu à sua empresária, Marilene Gondin, para negociar a liberação da gravadora Warner, a quem devia um CD. "Ficamos quites com o DVD do show Tambores de Minas, que sai até o fim do ano", explica Marilene. "O show Pietá termina em janeiro e, até lá, já teremos distribuidora para os discos do selo Nascimento. A previsão é de cinco ou seis lançamentos em 2004." Apadrinhar músicos talentosos não é novidade para Milton Nascimento. A lista começa com seu conterrâneo, Toninho Horta, guitarrista do Som Imaginário, seu primeiro grupo, que estourou com a gravação de Beijo Partido, e chega a Maria Rita, apresentada por ele em Pietá, antes de virar mania nacional. "Tornei-me compositor pensando nisso, dar força aos que estavam chegando, como a Elis Regina fez comigo quando comecei", diz ele. "Mas a idéia do selo se consolidou com minha vontade de lançar em disco as trilhas de balé, que não tinham espaço nas gravadoras convencionais. Os discos com a música original de Maria Maria e O Último Trem, que fiz para o Corpo, saíram, mas faltavam os outros, sempre solicitados pelo público." Por isso, os balés vão inaugurar o selo Nascimento. Milton nega problemas com a Warner, ao contrário de outras estrelas da música brasileira, como Maria Bethânia e Alcione, que procuraram gravadoras pequenas insatisfeitas com as majors. "Comigo foi o contrário. Pietá (que vendeu 62 mil cópias até agora) era um disco difícil, com dois produtores, arranjos do Eumir Deodato, e sem repertório pré-definido. E eles aceitaram tudo", garante Milton. "Só eu não estava com a menor vontade de fazer outro disco tão cedo. Pensava em outras coisas, principalmente em dar espaço e tornar público o repertório maravilhoso desses meninos que estão comigo e outros que aparecerem. E existem muitos por aí."

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