PUBLICIDADE

Mercedes Sosa e Maria Rita se apresentam juntas em SP

Símbolo de resistência e uma das vozes mais marcantes do século 20, cantora argentina faz única apresentação nesta quarta, ao lado da filha de Elis Regina

Por Agencia Estado
Atualização:

Milton Nascimento e Elis Regina (1945-1982) são dois pontos de convergência entre as cantoras Maria Rita e Mercedes Sosa, que dividem o palco do Credicard Hall, em show único nesta quarta-feira, 4. Cada uma vai fazer sua parte, mas também prepararam alguns duetos. O roteiro da novata brasileira, de 30 anos, é baseado em seu álbum mais recente, Segundo. A veterana argentina, de 71 anos, também dará ênfase aos temas de seu último trabalho, Corazón Libre, de 2005. Canções de Milton e do repertório de Elis (mãe de Maria Rita e com quem Mercedes tinha relações amistosas e artísticas) também fazem parte do roteiro. A relação de ambas com Milton é tão forte quanto à que Elis tinha com ele. Foi o compositor mineiro quem levou Maria Rita a estrear em disco, gravando com ele no álbum Pietà, de 2002. Milton é o compositor brasileiro mais gravado por Mercedes que chegou a excursionar com ele e León Gieco, nos anos 80, cantando clássicos da música de protesto, como Cuando Tenga la Tierra (D.Toro/A.Petrocelli) e San Vicente (Milton Nascimento/Fernando Brant). Os ideais políticos, no auge da ditadura, uniram Milton, Elis e Mercedes nos anos 70, que têm em comum no repertório canções do argentino Atahualpa Yupanqui e a chilena Violeta Parra. Intérprete emocional e de grande impacto, Mercedes tornou-se "a voz" da América Latina naquele período. Exilada em Paris nos tempos difíceis, a cantora argentina fez um show histórico na volta ao país natal, em 1979. Um dos marcos de seu canto de resistência, Como la Cigarra (María Elena Walsh), assinalou seu retorno em versos como: "Tantas veces me mataron/ Tantas veces me morí/ Sin embargo estoy aquí resucitando." Mais livre do que nos anos de chumbo, Mercedes chegou a gravar os tangos clássicos El Día Que me Quieras e Los Mareados. Abraçou a nova geração nos álbuns mais recentes, mas nunca deixa de cantar autores como Armando Tejada Gómez e Ariel Ramirez, dois dos que mais gravou. Mercedes estreitou tanto as relações artísticas com o Brasil, que chegou a gravar um álbum ao vivo aqui. Sua discografia também inclui um compacto simples com San Vicente de um lado e Cio da Terra (Chico Buarque/Milton Nascimento) de outro. Mercedes Sosa e Maria Rita. Credicard Hall (3.800 lug.). Av. Nações Unidas, 17.955, tel. (11) 6846-6010. Hoje, 21h30. R$ 60 a R$ 160. Ingressos esgotados

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.