Maureen Bisilliat fotografa desde 1957 a vida brasileira

Fotógrafa inglesa, que já morou em diversos países, expõe 200 imagens no Galeria de Arte do Sesi

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Por Marina Vaz e de O Estado de S. Paul
Atualização:

Instantâneos de um Japão incomum, 1987. Foto: Maureen Bisilliat/ Acervo IMS/Divulgação

 

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SÃO PAULO - "Todo mundo tem as ‘suas’ paisagens - as ‘minhas’ são o agreste e o sertão." A frase poderia parecer estranha vinda de uma estrangeira. Mas dita pela inglesa Sheila Maureen Bisilliat, soa perfeitamente bem.

 

A fotógrafa de 78 anos (53 deles no Brasil) tem boa parte de seu trabalho feita a partir de ‘equivalências fotográficas’ - como gosta de dizer - com livros de autores como Guimarães Rosa, Ariano Suassuna e Euclides da Cunha.

 

A partir de terça, 2, 200 imagens (inspiradas ou não em obras literárias) estarão na mostra Maureen Bisilliat: Fotografias, que abre na Galeria de Arte do Sesi. As fotografias foram selecionadas pela própria artista entre as suas 16 mil obras pertencentes hoje ao acervo do Instituto Moreira Salles.

 

 

Catadora de caranguejos em Livramento, no Rio Paraíba do Norte, PB, 1968. Foto: Maureen Bisilliat/Acervo IMS/Divulgação

 

 

As imagens compõem séries que mostram a realidade das caranguejeiras no Rio Paraíba do Norte, o cotidiano de pescadores baianos e os costumes dos índios do Alto do Xingu. Foi assim, no contato com a cultura regional, que Maureen, filha de diplomata, encontrou o ‘enraizamento’ que lhe faltava. "Quando se passa muito tempo mudando de país, se aprende rapidamente a captar o novo, a tentar fazer parte, mesmo sem pertencer", observa.

 

No ensaio inédito ‘Chorinho Doce’, ela registra cenas do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, inspirada por poemas de Adélia Prado. "Eu leio os livros e fico impregnada pelo espírito deles, mas não tento ilustrá-los literalmente", explica.

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Além dos trabalhos artísticos, a mostra têm fotos jornalísticas, feitas por Maureen entre 1964 a 1972, para a extinta revista ‘Realidade’.

 

Onde: Galeria de Arte do Sesi. Av. Paulista, 1.313, metrô Trianon-Masp, 3146-7405. Quando: 10h/20h (2ª, 11h/20h; dom., 10h/19h). Abre 3ª (2). Até 4/7. Quanto: Grátis.

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