Mariah Carey tenta "ressuscitar" sua carreira

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Por Agencia Estado
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O título de ex-pop star fica cada vez mais apropriado para Mariah Carey. Nos últimos dias, a cantora divulgou que "optou" por fazer uma turnê bem menor do que a anunciada em abril, ao mesmo tempo que o último disco, Charmbracelet, está sendo "retrabalhado" e deve contar com quatro novas faixas em seu relançamento. A verdade é que a carreira não tem reagido às inúmeras tentativas de ressurreição e a Ásia cada vez mais firma-se como o único território em que ela ainda desfruta status de megaestrela. Carey nunca se recuperou do fiasco do filme/álbum "Glitter, acompanhado de uma crise nervosa que virou assunto preferido dos tablóides às vésperas dos atentados terroristas de 11 de setembro. A assessoria da cantora tentou apontar as vantagens financeiras da saída dela da Virgin (com quem havia assinado um contrato milionário poucos meses antes), mas a verdade é que os episódios de 2001 não caíram bem entre o público. Ela assinou um contrato de valor bem menor com a Island/Def Jam e lançou, em dezembro do ano passado, o "comeback album" batizado de Charmbracelet, que apostava nas mesmas fórmulas que deram certo nos anos 90. Cinco meses depois, o disco vendeu pouco mais de 1 milhão de cópias, bem abaixo das expectativas. O primeiro single, Through the Rain, chegou apenas ao 81º lugar da parada da Billboard, enquanto o segundo, Boy, I Need You, nem conseguiu entrar na lista. O último sucesso moderado de Carey nos Estados Unidos é a faixa I Know What You Want, um dueto com Busta Rhymes, que conta com grande credibilidade nas ruas. A música, que está no último disco do rapper, vai ser agora incluída na versão requentada de Charmbracelet, que ganha nova capa e deveria aproveitar o impulso da primeira turnê da cantora em três anos. O problema é que a série de shows (anunciada há poucos dias como a maior da carreira dela) também não parece ir muito bem. A expectativa era grande, com promotores prevendo uma estrutura de 12 caminhões e lucros na faixa dos US$ 16 milhões apenas para os Estados Unidos. Carey disse agora que "prefere" fazer apresentações mais íntimas, em clubes e teatros menores - apesar de já ter começado a vender ingressos para ginásios. A estratégia de apostar no mercado asiático continua: a região é a única que vai contar com grandes concertos. Além de decisões erradas e álbuns cada vez mais aguados, Carey, que está com 33 anos, também passou a sofrer a concorrência de estrelas mais jovens, como Britney Spears e Christina Aguilera. Seu alcance também parece não mais atingir mercados segmentados: ela não conquista os latinos como Jennifer "J.Lo" Lopez ou Shakira e também não é tão negra para roubar o público de Mary J.Blige ou Destiny´s Child. Carey também se torna uma espécie de Michael Jackson em termos de tentativas de controlar publicidade ruim. Assim como o ex-pop star, ela aposta que fãs e imprensa acreditam cegamente em suas "escolhas". O ataque de nervos de 2001, na versão dela, foi apenas uma temporada de "cansaço"; a turnê é reduzida porque "deu vontade de fazer um show mais íntimo". Na semana passada, quando surgiram rumores de que Eminem iria usar os recados infantilóides deixados por ela na secretária eletrônica do rapper, Carey resolveu "sair na frente". "Eu faço vozes, sim, sou muito brincalhona e adoro pregar peças nas pessoas." Talvez ela deva passar uma temporada em Neverland.

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