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Manu Chao e Gil levam 60 mil ao Ibirapuera

O atraso do show por falha técnica não impediu a empolgação do público com o show do cantor franco-espanhol e de Gil

Por Agencia Estado
Atualização:

Manu Chao e Gilberto Gil dividiram o entusiasmo da multidão (60 mil pessoas, segundo os organizadores) que lotou a Praça da Paz do Parque do Ibirapuera, no fim da tarde de ontem, no show de abertura do Fórum Cultural Mundial. Manu ficou mais tempo no palco, apesar de sua apresentação ter sido encurtada em meia hora por conta do atraso de duas horas, provocado por problemas técnicos. Foi a melhor apresentação. Empolgadíssimo, acabou fazendo dois shows em um, acompanhado de sua ótima banda. Ele trouxe uma versão acelerada de Mr. Bobby (evocação a Bob Marley), como primeira de uma seqüência bombástica e contínua de hard core mesclado com levadas latinas e reggae. Lembrou seus tempos de Mano Negra, incluindo no roteiro músicas de seu ex-grupo, como Babylon e Mama Perfecta. Pulou muito e fez todo mundo pular. Deixou para a segunda parte os sucessos Clandestino, El Desaparecido e Minha Galera, cantadas em coro pela multidão. Impressionou até quem não o conhecia e saiu consagrado. Voltou ao palco duas vezes para acompanhar Gil, que interpretou canções de Bob Marley (forte referência comum aos dois) e alguns de seus maiores sucessos, como Palco, Vamos Fugir e A Novidade. A paz foi a palavra de ordem. As amigas Nicole Cabral e Natasha Leal, ambas de 16 anos, estavam entre as primeiras pessoas a chegar ao parque, às 13h20. Espremidas na grade que as separava da ala vip, davam sinais de cansaço pela espera. ?É uma palhaçada, mas, pelo Manu, vale a pena?, disse Nicole. O casal de estudantes Sheila Félix, de 21 anos, e Fernando Augusto da Silva, de 18, veio da Vila Prudente por causa de Gil. ?Nunca ouvi falar nesse Manu?, disse Sheila. Bastou começarem os shows para a irritação do público passar. O compositor paulista Edvaldo Santana abriu a noite, que já começara a cair. Ele cantou Cachimbo, de sua autoria e que foi regravada por Arnaldo Antunes, e homenageou Itamar Assumpção. ?Eu nem ia cantar essa música, mas foi interessante porque ela tem rap, reggae, coco e embolada. Representa a mistura da música do mundo, que está no Fórum.? Em seguida, expoentes do hip hop e do pop, como Rappin? Hood e Paula Lima, fizeram apresentações de grande impacto. Sentado em uma cadeira de rodas, Marcelo Yuka (ex-integrante do grupo O Rappa, que ficou paraplégico depois de levar um tiro) causou grande comoção em sua breve participação no evento. Lembrou do índio queimado por adolescentes em Brasília, crime que ficou impune ? ?Se tivesse acontecido o contrário, o que seria do índio??, perguntou. ?É por causa de episódios como esse que não acredito na bosta da justiça.? Yuka responsabilizou a governadora do Rio, Rosinha Matheus, e o ex-prefeito Paulo Maluf pela violência no Rio e em São Paulo. Foi bastante aplaudido. Ele pediu que as pessoas levantassem os braços, já que ele próprio não consegue fazê-lo por muito tempo. O microfone caiu e ele saiu do palco chorando. "Obrigado pela paciência. Em nome da produção, peço desculpas. Sobrou para mim", disse o DJ. Depois, fez um resumo do objetivo do Fórum, que visa a promover a cooperação cultural entre os países em desenvolvimento. A paz foi a palavra de ordem nos shows que se seguiram. Quando Edgar anunciou os nomes de Gil e Manu, os aplausos empataram. As amigas Nicole Cabral e Natasha Leal, ambas de 16 anos, estavam entre as primeiras pessoas a chegar ao parque, por volta de 13h20. Espremidas na grade que as separava da ala vip, davam sinais de cansaço pela longa espera. "É uma palhaçada, mas, pelo Manu, vale a pena", disse Nicole, que vestia camiseta com estampa do ídolo. O casal de estudantes Sheila Félix, de 21 anos, e Fernando Augusto da Silva, de 18, veio da Vila Prudente por causa de Gil. "Nunca ouvi falar nesse Manu. Bastou começarem os shows para a irritação do público passar. Coube ao compositor paulista Edvaldo Santana abrir a noite, que já começara a cair. Ele cantou Cachimbo, de sua autoria e que foi regravada por Arnaldo Antunes, e homenageou Itamar Assumpção. "Eu nem ia cantar essa música, mas foi interessante porque ela tem rap, reggae, coco e embolada, fez todo mundo dançar e representa a mistura da música do mundo, que está no Fórum." Em seguida, expoentes do hip hop e do pop, como Rappin´ Hood e Paula Lima, fizeram apresentações de grande impacto, apesar de cantarem uma música cada um. Momento de grande agitação ocorreu quando Marcelo Yuka, ex-integrante do grupo O Rappa, criticou duramente a governadora do Rio, Rosinha Garotinho, e o ex-prefeito Paulo Maluf. Do repertório de Gil, estavam previstos sucessos como A Paz, Vamos Fugir, Andar com Fé e Não Chore Mais, versão do clássico No Woman No Cry, de Bob Marley.

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