Malone, parceiro de Ray Brown, toca em SP e RJ

Guitarrista esteve no País em 1997, ao lado de Diana Krall, no Free Jazz. Retorna agora como líder de seu próprio quarteto. Em São Paulo, faz show no Bourbon Street, e no Rio, no Mistura Fina

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Por Agencia Estado
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Reputado acompanhante dos cantores Diana Krall e Harry Connick, o guitarrista Russell Malone toca amanhã em São Paulo com seu próprio quarteto, no Bourbon Street, em Moema. No sábado, apresenta-se no Mistura Fina, no Rio de Janeiro. Malone traz na bagagem, além da curiosidade geral em torno de sua atuação como líder, um mimo extra: ele tocou na derradeira gravação do baixista Ray Brown, morto em julho do ano passado - Brown foi o motor dos grooves que impulsionaram a música de Ella Fitzgerald, Oscar Peterson, Milt Jackson, entre outros astros do jazz. O disco em questão foi lançado pela Telarc em outubro. Nele, sob o piano delicado de Monty Alexander, Russell Malone e Ray Brown desfolham um repertório romântico, que vai de Django (de John Lewis) a Fly Me to the Moon (Bart Howard). Há quem aponte o estilo elegante e comedido de Malone como uma alquimia entre suas origens (ele é da Georgia) e sua predileção por baladas. "Gosto de tocar boa música e o público responde bem se reconhece o seu envolvimento com a música", disse Malone, em entrevista ao Estado, por telefone, na semana passada. "Quando você toca do fundo do coração, não há gênero, apenas música." Malone contou que só esteve uma vez no Brasil, acompanhando Diana Krall. Isso foi em 1997, durante o Free Jazz Festival. O palco foi o mesmo Bourbon Street onde toca amanhã. Na ocasião, a cantora e pianista canadense estava acompanhada, além de Malone, do baixista Benjamin Jonah Wolfe. Apesar da temporada curta no Brasil, Malone tem um envolvimento mais profundo com a música nacional. No seu disco mais recente, Heartstrings (Verve, 2001), ele conta com o arranjador Dori Caymmi em quatro faixas. "Ele é um mestre", diz o comedido guitarrista, numa rara concessão superlativa. Outro grande elogio foi à composição Durango Kid, de Toninho Horta, outro brasileiro que é unanimidade entre os jazzistas americanos. Malone disse que também se encontrou com Gilberto Gil há uns dez anos e é outro que merece sua deferência, além do pai de Dori, Dorival Caymmi, e uma grande cantora brasileira, Elis Regina. O guitarrista afirmou que pretende fazer um set que misture coisas de todos seus trabalhos, de Sweet Georgia Peach (Impulse, 1998, no qual tocava com Ron Carter, Lewis Nash, Steve Kroon e Kenny Barron) a esse Heartstrings (da Verve, com a qual não tem mais contrato e que tinha a presença de Barron de novo, além de Christian McBride e Jeff Watts). "Wes (Montgomery) foi definitivamente uma influência, mas não foi a única", afirmou o guitarrista, comentando sobre suas raízes. "Gosto também de Bucky Pizzarelli, que é um grande amigo meu, mas eu gosto de pensar que toco ao estilo Russell Malone, com uma marca minha e original", afirmou. Em suas apresentações no País, Malone estará acompanhado de Martin Bejerano no piano, Enoch Strickland na bateria e Tassili Bond no baixo. Russell Malone. Amanhã e depois, às 21h30. R$ 85,00 (couv. art.). Bourbon Street Music Club. Rua dos Chanés, 127, em são Paulo, tel. (11) 5561-1643.

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