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Malkmus, fino rock de garagem

Ex-líder do Pavement faz show no Sesc e garantiu em entrevista à Agência Estado que vai tocar pelo menos um de seus sucessos antigos

Por Agencia Estado
Atualização:

Ex-líder de uma das mais cultuadas bandas do circuito alternativo americano, o Pavement, Stephen Malkmus - o último bardo romântico do rock - apresenta-se nesta quarta e na quinta-feira na choperia do Sesc Pompéia com sua nova banda, The Jicks. Jick, segundo explica Malkmus, é um dos nomes adotados para o Valete de Copas no jogo de cartas siciliano. Trata-se de um power trio que faz o mais fino garage rock e tem Malkmus (voz e guitarra), John Moe (bateria) e JoAnna Bolme (baixo). Na sexta-feira, ao desembarcar em São Paulo, Malkmus hospedou-se no Transamérica Flat. Teve a mala extraviada e, após comprar umas roupinhas novas, falou à reportagem por telefone. Agência Estado - Você considera que está mais feliz agora, com The Jicks, do que no tempo em que tocava com o Pavement? Stephen Malkmus - Agora, você me perguntando assim... Eu diria que sim. Nós - eu e The Jicks - vivemos na mesma cidade, fazemos progressos musicais com mais facilidade. Todo o relacionamento é mais fácil. Mas acho difícil comparar as coisas. Eu me senti bastante satisfeito com aquilo que consegui no Pavement, mas o veio esgotou-se. Essa cidade comum é Portland? Sim, Portland, no Oregon. É onde eu vivo. Fica a duas horas de Seattle e tem um time maravilhoso de basquete, muito famoso. Também gosto de futebol e espero que o Brasil volte com a Copa desta vez. Qual é a idéia para o show no Brasil? Vamos tocar algumas canções do meu disco solo, que já tem quase dois anos. Também quero tocar algumas canções novas do próximo disco e uma canção do Pavement para os fãs brasileiros. Estivemos ensaiando para isso. Em maio, entramos em estúdio para gravar o disco novo, que deve sair lá por outubro. Você consegue rimar ´relationship´ (relacionamento) com ´nasal drip´ (nariz escorrendo). Você acha que pode haver algum timing de poesia beatnik em suas letras? Às vezes acho que sim, mas não sou tão ligado em poesia. Prefiro a poesia real, do cotidiano, nada muito sério do ponto de vista literário. Tenho um estilo diferente de escrever. Acho que o Sonic Youth tem pretensões maiores nessa ligação. Eu me amarro mais em letristas como Wallace Stevens do que em Jack Kerouac, para falar a verdade. Gosto das letras de bandas como The Fall, músicos como Lou Reed, como Television. Por sinal, outro dia tocamos no mesmo festival que o Television, a banda reformada. Foi bem legal, nós gostamos muito deles, embora eu prefira o Television antigo. Rola aqui um grande festival de música eletrônica, o Skol Beats. Não pensa em ir dar uma dançadinha lá? Foi uma longa viagem de Portland até aqui, e parece que é outra viagem dura até Recife (Malkmus tocou no Abril Pro Rock, em Pernambuco). Não gosto muito de dançar. Mas um festival de música eletrônica não é exatamente minha idéia do que seja ouvir música. Gosto de colocar velhos discos de rock numa jukebox e ficar conversando com os amigos, jogando conversa fora e bebendo alguma coisa. Gosto de lugares onde a gente possa falar e onde hajam relações físicas. Serviço - Abril Pro Rock. (Stephen Malkmus apresenta-se quarta e quinta). De quarta a sábado, às 21 horas. De R$ 15,00 a R$ 30,00 (quarta e quinta); R$ 10,00 a R$ 20,00 (sexta) e R$ 7,50 a R$ 15 00 (sábado). Chopeira do Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93, São Paulo tel. 3871-7700

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