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Main Stage do Free Jazz vira babel nesta sexta

Estarão nela os norte-americanos chegados aos estúdios caseiros do Grandaddy, os escoceses literatos do Belle & Sebastian e os islandeses etéreos do Sigur Rós

Por Agencia Estado
Atualização:

Os bastidores do Main Stage na noite de amanhã, no Free Jazz Festival, irão remeter a uma minitorre de babel. Estarão lá os norte-americanos chegados aos esportes radicais e aos estúdios caseiros do Grandaddy, os escoceses literatos e cinéfilos do Belle & Sebastian e os islandeses etéreos do Sigur Rós. Some-se à babel diminuta, a audiência brasileira ou, diga-se lá, paulista, que esgotou os ingressos num piscar de olhos. O Grandaddy vem de Modesto, na Califórnia, e fará uma apresentação calcada no álbum mais recente, The Sophtware Slump. As belas composições assinadas pelo multiinstrumentista Jason Lytle transitam entre o folk, a eletrônica de baixa tecnologia e o experimentalismo. Como se diz por aí, pérolas lo-fi. Conterrâneos do grupo Stjórnukisi (deixemos Björk tranqüila), os quatro integrantes do Sigur Rós têm algo do delírio reflexivo das bandas do emblemático selo 4AD (a casa do Cocteau Twins) e da finada movimentação shoegazer. O terreno é arenoso. Dois álbuns, Von e Ágoetis Byrjun, alguns singles de música inclassificável híbrida de rock progressivo (no bom sentido) e tradições islandesas. Os videoclipes da banda ajudam a confundir, num deles, Svefn-g-englar, bailarinos excepcionais movem-se lentos na coreografia. Em Vidrar Vel Til Loftârâsâ, um casal homossexual adolescente escandaliza a sociedade de Reykjavik. Maravilha incerta. De Glasgow, na Escócia, o octeto Belle & Sebastian traz sua musicalidade singela e melancólica à Nick Drake. Em contraposição à tristeza bucólica que sugerem (já foram mais tristes, é verdade) os acordes dos álbuns, o grupo costuma ser só sorrisos ao vivo. Com direito a homenagens musicais aos lugares em que tocam. Sabe-se que logo mais à noite o grupo brindará os presentes com uma versão, em português, de A Minha Menina, de Jorge Benjor, gravada pelos Mutantes no primeiro disco. Babel total.

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