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Magic Slim volta para encantar platéia brasileira

Bluesman já veio cinco vezes ao País, onde desfruta de enorme reconhecimento. Amanhã, apresenta-se novamente por aqui, lançando o disco Black Tornado

Por Agencia Estado
Atualização:

Algumas figuras da música americana parece que experimentam um reconhecimento maior longe de casa para somente depois conquistarem os corações conterrâneos. No blues, foi o caso de Buddy Guy e Junior Wells, por exemplo, que fizeram muitos shows no Brasil antes de se tornaram referências do gênero na América do Norte. É o caso também do guitarrista Morris Holt, mais conhecido como Magic Slim. Desde 1989, ele já veio 5 vezes ao Brasil. Tornou-se, como diz seu próprio site na Internet, um "instant hero" no País. Ontem, ele desembarcou de novo em São Paulo, para fazer um show amanhã à noite no Olympia (Rua Clélia, 1517), lançando um novo disco, Black Tornado, pelo selo Blind Pig Records. Pode-se dizer que Magic Slim é o maior guitarrista de blues de todos os tempos, no sentido métrico da expressão - tem 2 metros de altura. Slim mal desembarcou em Cumbica e já pediu ao produtor César Castanho, que foi recepcioná-lo, para levar a ele e sua banda Teardrops a um restaurante. Demonstrava uma fome proporcional ao seu tamanho. Hospedado num flat nos Jardins, ele falou à reportagem por telefone. O músico, que fará 65 anos em 7 de agosto, falou com orgulho também sobre seu sucessor. "Chama-se Sean Holt, mas o apelido é Little Slim, toca guitarra e canta, tem 24 anos e é meu filho." Nascido em Torrence, Mississippi, ele trabalhou nos campos de algodão da sua terra e começou na carreira cantando e tocando piano em igrejas. Trocou o piano pela guitarra quando perdeu um dedo da mão direita em um acidente. Inicialmente, adotou o nome Magic Sam, mas, quando foi para a meca do blues, Chicago, trocou-o para Magic Slim. Leia trecho da entrevista com o guitarrista. Como o sr. explica o grande fascínio que sua música exerce sobre nós, brasileiros? Magic Slim - Não sei. O blues é uma linguagem que todo o mundo entende. Eu me sinto bem tocando, e acho que o público vê isso, aprecia isso. O sr. vai completar 65 anos em agosto. Quais são os seus planos para a data? Vai fazer uma grande festa? Não uma grande festa. Uma coisa mais íntima, familiar. Vou festejar como sempre festejo, tocando o blues. É o que faço desde que era garoto. Há muitas novas caras no blues, gente como Jonny Lang e Keb? Mo?. O sr. os conhece? Ouvi alguma coisa deles, mas não os conheço. Não posso opinar, porque não ouvi um álbum inteiro de nenhum deles. O sr. era amigo de John Lee Hooker. Como avalia a perda dele? Ele era um grande amigo. No começo, fiquei bem mal, mas depois vi que ele tinha cumprido seu destino, influenciou meio mundo, foi um dos maiores artistas do blues. Todos esses que você citou, ele influenciou. Celebra-se este mês o 50.º aniversário da guitarra Les Paul. O sr. gosta dessa guitarra? Eu amo a Les Paul. Gosto e uso uma, que chamo de Anna Mae. Gosto do som, que é naturalmente bluesy, evoca o som dos mestres. O sr. acha que sua experiência em carregar mulas e arrancar algodão na lavoura, no Mississippi, tem ressonância no seu jeito de fazer blues? Tenho certeza. Quem viveu uma experiência como essa tem mais facilidade em entender o blues, por que foi assim que ele nasceu, naquele cenário e com aquele jeito. Magic Slim - Olympia (www.olympia.com.br), Rua Clélia, 1517, Lapa, tel.: 3866-3000. Amanhã, às 22 h. Ingressos: de R$ 15 a R$ 60. Vendas pelo telefone 5589-8202.

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