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Mãe do acusador de Jackson evoca 5.ª emenda

Usando o direito constitucional de se proteger de uma auto-incriminação, ela disse que não falará sobre fraude aplicada no governo Veja Galeria

Por Agencia Estado
Atualização:

A mãe do menino que acusa Michael Jackson de abuso sexual começou a depôr nesta quarta-feira depois de o juiz decidir que ela poderia se recusar a falar sobre uma suposta fraude aplicada por ela no sistema previdenciário dos Estados Unidos. O juiz Rodney S. Melville disse aos jurados que ela havia evocado a quinta emenda da constituição dos EUA - que garante que uma pessoa se proteja de uma auto-incriminação - e que não falaria sobre o assunto. A decisão do juiz foi tomada em uma audiência sem os jurados. Os advogados de defesa questionam a credibilidade da mulher, que acusam de pedir dinheiro a celebridades e de conseguir dinheiro do governo por meio de fraudes. O promotor Thomas Sneddon disse, em seu discurso de abertura do julgamento, que a mulher afirmou ter recebido dinheiro da previdência social ao qual não teria direito. Depois de ouvir os argumentos da mulher, o juiz chamou os jurados de volta ao tribunal. A audiência de hoje colocou fim a semanas de especulações sobre a possibilidade de a mãe não depôr. Os advogados de defesa continuam afirmando que a mulher criou um plano para que seu filho acusasse Jackson falsamente de abusos sexuais para tirar dinheiro do astro pop. Durante um intervalo antes do início do testemunho da mulher, fãs de Jackson que estavam do lado de fora do tribunal gritaram o nome dela e a chamaram de mentirosa. O promotor Ron Zonen começou o depoimento perguntando à mulher sobre os primeiros contatos com Jackson. Ela descreveu como tinha conhecido o cantor quando seu filho estava lutando contra o câncer e como Jackson os convidou várias vezes para visitar Neverland. Ela disse que, depois de duas visitas, em 2000, e muitos telefonemas de Jackson para seu filho, ela começou a sentir-se mal com o contato e tentou limitá-lo. A mulher disse ter permitido que seus filhos voltassem a Neverland em 2002 porque foram convidados pelo comediante Chris Tucker, que também havia se tornado amigo da família. Ela começou a chorar quando Zonen perguntou-lhe sobre seus últimos lares. Ela disse que havia morado, de 1998 a 2003 em um pequeno apartamento de um cômodo. A defesa alega que a família mantinha o apartamento para que as celebridades a considerassem pobre, mas que eles ficavam, na maior parte do tempo, na casa da avó do menino. Desde ontem, a acusação está chamando testemunhas ligadas ao caso atual, depois de passar a última semana interrogando pessoas ligadas a acusações anteriores contra Jackson. O depoimento começou depois da audiência que ela teve com o juiz. Melville perguntou-lhe especificamente o que ela não queria abordar em suas declarações. "Tudo que tenha ligação com a previdência social", disse. Para a defesa do cantor, a mãe do menino não deveria falar sobre nada, já que se recusa a falar sobre o dinheiro que recebeu da previdência. "Não se pode permitir que uma testemunha selecione o assunto de um interrogatório", disse o advogado de Jackson, Robert Sanger. O juiz não aceitou o argumento de Sanger. A suposta fraude contra o governo teria acontecido em Los Angeles, onde ela morava. Se a mulher declarar ter recebido dinheiro que não devia, poderá ser aberta uma nova investigação sobre o caso. Na manhã de hoje, o marido da mãe do acusador continuou a depôr. Ele disse que nunca soube do acordo milionário que a mulher fez com a loja J.C. Penney. Ele também negou que disse à polícia não acreditar que a mulher estava em perigo quando saiu de Neverland. Ele testemunhou que ela parecia irritada e preocupada quando falou com ele por telefone nas últimas vezes em que esteve em Neverland.

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