Mãe do acusador de Jackson diz que foi intimidada

A mãe do menino que acusa o cantor de abuso sexual falou sobre o clima de intimidação que sofreu e justificou sua falta de atitude diante dos jurados. Veja fotos

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Por Agencia Estado
Atualização:

A mãe de Gavin Arviso, o garoto que acusa Michael Jackson de abuso sexual, testemunhou hoje dizendo que ela estava triste e confusa quando apareceu no vídeo elogiando a figura do pop star como pai. Descreveu, ainda, o clima de medo e intimidação que viveu em Neverland durante a gravação do vídeo cuja finalidade era recompor a imagem negativa causada pelo documentário do jornalista britânico Martin Bashir exibido na TV americana, em que o astro dizia gostar de dormir com crianças. Promotores dizem que Janet Arviso e sua família gravaram seu depoimento sob pressão e que funcionários do pop star queriam que eles rebatessem o documentário que tinha ido ao ar duas semanas antes, no qual Jackson era visto de mãos dadas com Gavin e disse que costumava dormir com crianças e que isso era uma prática inocente. A mulher disse que ela recebeu um script que deveria seguir durante a gravação. Ela contou que foi instruída para dizer repetidamente "que ele é um pai maravilhoso... para meu filho". O promotor Ron Zonen perguntou se ela realmente acreditava nas coisas que disse no vídeo. "Eu estava confusa, eu estava triste, então basicamente eu estava representando", ela disse. No vídeo, a mulher elogia Jackson continuamente e ocasionalmente sorri e brinca com seu filho entre as tomadas. Ela disse que o assessor de Jackson Dieter Wiesner, que os procuradores consideram um dos co-conspiradores, foi o responsável pelas perguntas e respostas formuladas no script. Ela testemunhou, ontem, que Wiesner era um dos "alemães" de quem ela não gostava porque a fazia se sentir pressionada. Wiesner e o outro suposto co-conspirador, Ronald Konitzer, são alemães. Em seu testemunho confuso e choroso de ontem, ela disse que, no começo, confiou no cantor e em seus sócios para protegerem sua família de "matadores" não identificados, mas depois concluiu que Jackson era o perigo. A mãe do menino também disse que viu Jackson lamber a cabeça de seu filho durante uma viagem de avião em fevereiro de 2003 de Miami para a Califórnia. Questionada sobre o fato, ela virou-se para os jurados e pediu: "Por favor, não me julguem". Ela choramingou e disse "pensei que estava vendo coisas. Pensei que era eu". O depoimento começou depois da audiência que ela teve com o juiz Rodney Melville, em que disse que não falaria das supostas fraudes aplicadas no governo, para conseguir dinheiro do seguro social. Janet evocou a quinta emenda da constituição, que garante ao cidadão americano o direito de não falar sobre algo que o possa incriminar. (Leia mais: Mãe do acusador de Jackson evoca 5.ª emenda) Durante mais de quatro horas de testemunho, o advogado de defesa, Thomas Mesereau Jr., não fez qualquer objeção. O promotor Ron Zonem, entretanto, instruiu suas testemunha para dar respostas curtas.

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