Madredeus quase esgota ingressos em SP

Só há entrada para o último dos quatro shows do grupo português no Teatro Alfa, em São Paulo

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

É um mistério a causa do sucesso mundial do quinteto português Madredeus. Nem mesmo os integrantes do grupo se arriscam a explicar sua aceitação em lugares tão diferentes do mundo. Mas o fato é que vendem 500 mil exemplares de cada disco que lançam e lotam as casas de espetáculo. Pela sexta vez no Brasil, o Madredeus faz uma série de quatro apresentações em São Paulo no Teatro Alfa, de sexta a segunda, mas só restam ingressos para o último show. A comunicação imediata que o Madredeus estabelece com seu público tem raiz no gosto pela música tocada ao vivo. "Nos foi permitido aprender em público", diz Pedro Ayres Magalhães, que toca violão clássico no quinteto. Já o evidente reconhecimento do grupo pelo mundo é fruto das constantes turnês. "Em cada ano, fazemos uns 12 shows em Portugal e 80 pelo mundo", afirma Ayres. Mas a universalidade das canções do Madredeus, que os faz entendidos por onde passam, quem explica é Teresa Salgueiro, a cantora do grupo: "Nossas canções falam da importância da comunicação com o outro, de nossos percursos e nossos sofrimentos." O Madredeus vai apresentar em São Paulo seu sexto disco com músicas inéditas, Movimento. O nome da obra resume bem o espírito viajante do grupo. As 16 novas canções foram compostas em quartos de hotéis, durante ensaios de shows e em outras condições não convencionais. Levado desta forma, o trabalho demorou um ano e meio. "Mas isso é normal para o Madredeus, nós somos um grupo viajante", diz Pedro Ayres. No Brasil, o Madredeus tornou-se ainda mais conhecido depois que quatro músicas suas fizeram parte da trilha da minissérie Os Maias, que a Rede Globo produziu no ano passado baseando-se no romance de Eça de Queirós. Mas muito antes o quinteto, formado em 1985, já era conhecido como sinônimo de música de bom gosto nos trópicos. Sua primeira visita ao Brasil foi em 1994, quando levou ao Ibirapuera 30 mil pessoas. Com 18 anos de estrada, o Madredeus nunca se desviou de um caminho próprio. Desde Os Dias da Madredeus, gravado em 1987, passando por Existir, de 1990, O Espírito da Paz, de 94, Ainda, de 95, e O Paraíso, lançado em 97, os músicos recorrem às tradições portuguesas. E têm também, como diz Ruy Guerra no fado de Chico Buarque, uma boa dosagem de lirismo. O fado foi o pretexto que uniu os fundadores do Madredeus, Pedro Ayres e Rodrigo Leão (hoje fora do grupo), à sua indispensável cantora. "Eu cantava em casas de fado durante jantares com amigos, espontaneamente, mas Pedro Ayres viu e convidou-me a fazer parte do Madredeus", diz Teresa Salgueiro. "Foi um encontro muito feliz", completa acertadamente. Do casamento perfeito entre a voz de Teresa e o instrumental dos músicos nasceu a fórmula Madredeus, um tipo de música que não faz imitação e nem é copiado. Se para o sucesso o violonista e mentor do grupo Pedro Ayres não tem explicação, para a música suas razões são bem definidas: "A música tem que falar ao público como ela própria funciona, como ela é feita. Assim com o show, em que há uma metáfora para cada música, mas também há uma metáfora para o conjunto delas", afirma. Mais simples, Teresa vai ao ponto: "Canto com alegria." Além de Teresa Salgueiro e Pedro Ayres Magalhães, o Madredeus conta com José Peixoto, violonista clássico, Carlos Maria Trindade, que opera sintetizadores, e Fernando Júdice, baixista. A partir da metade deste ano, o Madredeus lança dois novos discos. Ambos são novidades na carreira dos músicos: um deles é uma coletânea de 13 sucessos remixados por DJs como Alpha e Steve Miller a ser lançada em julho, e o outro uma reunião de arranjos sinfônicos de suas músicas com uma orquestra da Bélgica, que será lançado em outubro. Madredeus - Dias 10, 11, 12 e 13 de maio, sempre às 21h. Teatro Alfa: Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro. Tel:5693-4000. Ingressos entre R$ 45 e R$ 130.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.