Quando Eminem invadiu a cena hip-hop, no final dos anos 1990, e chamou a atenção por ser um dos raros cantores de pele branca a entrar numa seara dominada pelos negros, parecia que o caminho estava aberto para a "democratização" - se assim podemos dizer - do estilo.
Os anos passaram e nenhum outro como ele chegou próximo aos feitos de Eminem. Isso até 2012, quando o rapper Macklamore se uniu ao produtor Ryan Lewis e conquistou o público com a divertida Thrift Shop. Com o hit chiclete e bonachão estourado nas rádios, o sucesso do clipe foi instantâneo. Até esta publicação, o vídeo contabilizava 485 milhões de visualizações.
Mas foi quando o duo lançou Same Love como single é que até mesmo os desatentos ao estilo notaram sua existência. E isso inclui a comunidade gay, que se sentiu amparada ao ser retratada de maneira respeitosa. Afinal, a grande maioria dos rappers prefere enaltecer as conquistas financeiras e as façanhas sexuais com seus haréns em vez de levantar discussões sociais em seus trabalhos.
E a música surgiu em boa hora. Em junho do ano passado, com a queda do Doma (Defense of Marriage Act) - lei federal que negava direitos constitucionais a casais de mesmo sexo -, promovida pela Suprema Corte dos Estados Unidos, Same Love figurou como hino.
Daí em diante, Macklemore & Ryan Lewis se tornaram as novas pérolas do estilo. E o reconhecimento veio nas grandes premiações musicais. Foram três troféus no Video Music Awards, título de revelação do ano no inédito Youtube Music Awards e a escolha do público como melhor artista de hip-hop no People's Choice Awards, realizado neste ano.
Por se tratar de um frescor no cenário que raramente se reinventa, Macklemore & Ryan Lewis disputam seis categorias no Grammy Awards. E não se assuste caso a dupla supere nomes tarimbados, como Jay-z, Drake e até mesmo Eminem.