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Long Blondes, a última novidade do pop inglês

Líder do grupo, sensação da temporada, fala ao Estado sobre o disco de estréia

Por Agencia Estado
Atualização:

Parece Libertines com uma cantora no lugar de um cara. Parece Pulp também, e a mulher canta que nem a PJ Harvey. The Long Blondes, quinteto inglês de Sheffield, está causando com sua estréia, o disco Someone To Drive You Home (Lançamento Trama, no Brasil), que revela uma estupenda vocalista, Kate Jackson, e um novo e febril cérebro pop na música britânica, o tecladista, guitarrista, cantor e compositor Dorian Cox. "Só quero ser o seu docinho" ("I just wanna be your sweetheart"), berra Kate em Lust in the Movies, reencarnando a musa da pop art de Andy Wharol, Eddie Sedgwick. E as letras com um apelo meio camp vão ganhando o ouvinte, até a rendição absoluta com Heaven Help the New Girl. O líder do grupo, Dorian Cox, falou por telefone, de Londres. Agência Estado - Algumas revistas na Inglaterra chamam vocês de "o novo Pulp". É uma honra ou um tipo de perversão da crítica, em sua opinião? Dorian Cox - É maravilhoso! Sou um grande fã do Pulp, não vejo problema algum. Mas, sendo honesto: o som é muito diferente, apesar de termos a mesma atitude. Aí fora, no mundo da indústria musical, é preciso comparar as coisas para que as pessoas possam ter alguma idéia do que se trata, mas não é preciso. As canções de seu disco, as roupas que vocês usam, tudo parece conduzir sempre a uma sensação de que estamos nos anos 50, ou algo do tipo. É um período de tempo que você ama? Não se trata só de um período de tempo. O fato é que é fascinante procurar coisas sonoras, luminosas, no passado. Há também anos 40 ali, e anos 60. É bacana imaginar que a gente está em um outro mundo, mais elegante, cavalheiresco. Esse universo chega a nós por meio dos filmes, da música. Tentamos evocar aquela fascinação. A canção Once and never again tem o refrão: "Dezenove, você só tem 19, pelo amor de Deus! Você não precisa de um namorado." Está tentando se tornar uma espécie de conselheiro sentimental para adolescentes? Espero que sim. É estranho pensar nisso como conselho, mas pode ser uma coisa boa interpretar assim. É importante ter esse tipo de habilidade para transformar em letras e canções alguns sentimentos típicos da adolescência, que não é sempre que encontram tradução. No fim de 2005, The Long Blondes foram pessoalmente convidados para abrir shows do Franz Ferdinand. Foi nessa época que você se tocou que sua banda estava se tornando séria? Foi um grande acontecimento para nós tocar como Franz Ferdinand, e foi muito decente da parte deles nos convidar. Não os conhecíamos, eles nos convidaram pelo que ouviram de nossa música. Foi só a partir dali que nos demos conta de que outras pessoas olhavam o que nós fazíamos, que tinha gente importante nos shows. Nós adoramos o Franz Ferdinand. A canção Someone To Drive You Home parece ter sido feita por uma mulher, tem um ponto de vista feminino. Mas foi você quem compôs. Aqui no Brasil, nós temos Chico Buarque, mestre em penetrar no universo feminino. É difícil esse tipo de transmutação? Não é difícil. Mas também não é fácil, você tenta explorar aquilo que sua sensibilidade lhe revela sobre o outro, seja ele homem ou mulher. Eu, pessoalmente, acho que as mulheres são muito mais interessantes, então às vezes eu pareço me sentir tão à vontade no mundo delas.

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