Lollapalooza acaba com Arcade Fire, New Order e som defeituoso

Festival terá de pensar melhor a distribuição dos palcos para a próxima edição, que voltará a acontecer em Interlagos

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Foto do author Julio Maria
Por João Paulo Carvalho , Jotabê Medeiros e Julio Maria
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Com público estimado em 60 mil pessoas, menor do que no primeiro dia (quando 90 mil estiveram no autódromo de Interlagos, de acordo com a organização), o segundo dia do Lollapalooza, neste domingo, 6, foi menos sacrificado para os fãs, que podiam circular entre os palcos sem tanto empurra-empurra. Os promotores do festival anunciaram que o autódromo continuará sendo a sede do festival. Isso exigirá um desenho de distribuição dos palcos mais inteligente, com passagens mais abertas, evitando as aglomerações perigosas. Também o serviço de limpeza deverá ocorrer concomitantemente ao festival, para evitar as montanhas de detritos. Além disso, problemas com o som marcaram essa edição do festival. O show do Soundgarden, por exemplo, começou inaudível. Quem estava na pirambeira não ouvia nada. Quem estava próximo do palco ouvia um som abafado.

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Quando Arcade Fire e New Order, dois headliners de peso que fecharam a noite de ontem, subiram em diferentes palcos no mesmo horário, muitos se questionavam sobre como o público se comportaria quando começassem os shows. Poucas pessoas mudaram de um palco para o outro. Parecia que os fãs já estavam em Interlagos bem decididos sobre o que ver. Quando a coincidência de horários foi anunciada, o público pediu para que a organização os alterasse, mas em vão.

Ao subir ao palco para encerrar a programação do Palco Interlagos, o New Order já havia derrubado a teoria dos que sustentam ser esta uma ‘banda de tiozinhos’. Não foi o que se viu na plateia. Havia uma expectativa por sucessos, por um show generoso com o passado, sobretudo depois do bailão anos 80 que o grupo fez na edição do Lolla do Chile. E ela foi atendida. 'Singularity', 'Ceremony', 'Bizarre Love Triangle', 'Blue Monday'. Enquanto isso, ao som de 'Reflektor', o grupo Arcade Fire confirmou o que se esperava: fez o show mais robusto, inteligente, dançável e inquestionável do festival. Logo depois, emendaram 'Flashbulb Eyes', e a percussão mesclada à eletrônica e à instrumentação vintage, tudo ao mesmo tempo, criaram o clima definitivo. Logo em seguida, entram duas canções mais antigas, 'Neighborhood' e 'Rebellion (Lies)'.

Win Butler tornou-se um frontman robusto, de voz poderosa, e sua parceria com Régine Chassagne (sua mulher, vocalista, tecladista, baterista e o que mais vier em cena) é simbiótica. Tudo é encaixado perfeitamente, e mesmo que alguém não goste do som, deve admitir sua simetria perfeita. Nenhum show no festival chegou tão longe.

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