Lollapalooza 2018: Anderson .Paak justifica a existência de um festival criativo
Artista que se constrói entre referências maiores da soul music e um pensamento de hip hop de vanguarda soa como um presente
Por Julio Maria
Atualização:
Algo de muito sério acontece quando Anderson .Paak aparece no palco Bud, do Lollapalooza Brasil. Sua estratégia o coloca ao mesmo tempo a alguns passos atrás de visionários de sua terra natal, Compton, como Kendrick Lamar e Coolio, e lhe confere uma abrangência muito maior. Paak tem a tradição de Marvin Gaye e James Brown em uma das mãos e o futuro que o rap tem apontado na música norte-americana na outra. Ao contrário dos compatriotas, evita experimentalismos do jazz, parece não querer soar novo o tempo todo, como mostraram samplers vintage em The Waters, e não se posiciona como um representante das tradições da Motown, apesar de seu vocal existir graças a tanto James Brown tomado desde a infância.
PUBLICIDADE
O baterista .Paak já sai na frente por ser justamente um baterista. A dinâmica que seu show ganha é natural. O cara canta ao microfone, de pé, e quando lhe convém corre para o instrumento colocado ao seu lado, na frente do palco. Não se sabe onde se sai melhor.
The Free Nationals, a banda que o acompanha (guitarra, baixo, teclado e um DJ) não tem escola no groove de setenta, onde muitos rappers buscam inspiração. O peso que colocam, potencializado pela bateria de caixa seca de .Paak, deixa a intenção mais próxima do rock and roll criando por vezes uma especie de R&B rebelde.
Lollapalooza Brasil 2018 - 2º dia
1 / 30Lollapalooza Brasil 2018 - 2º dia
Pearl Jam
Pearl Jam abriu o show no Lollapalooza 2018 com a a obscura 'Wash My Love'. Foto: Rafael Arbex/Estadão
Pearl Jam
Pearl Jam encerra o segundo dia de Lollapalooza 2018 em São Paulo. Foto: Rafael Arbex/Estadão
Pearl Jam
Eddie Vadder comanda apresentação do Pearl Jam no Lollapalooza 2018. Foto: Rafael Arbex/Estadão
Imagine Dragons
Dan Reynolds segura a bandeira do movimento LGBT em show da banda Image Dragons no palco Onix. Foto: Serjão Carvalho/Estadão
Imagine Dragons
Show da banda Image Dragons no palco Onix, no Lollapalooza 2018, contou com efeitos especiais. Foto: Serjão Carvalho/Estadão
The National
Banda The National no palco Bud, no segundo dia do festival realizado em Interlagos. Foto: Rafael Arbex/Estadão
Mano Brown
Mano Brown apresenta show de R&B 'Boogie Night' no palco Axe do Lollapalooza. Foto: Serjão Carvalho/Estadão
Chef'Stage
Imagem noturna da área Chef's Stage, no segundo dia do Lollapalooza Brasil 2018. Foto: Rafael Arbex/Estadão
David Byrne
David Byrne segura aréplica de um cérebro em seu show no Lollapalooza 2018. Foto: Serjão Carvalho/Estadão
Palco Onix
Público acompanha show de David Byrne no palco Onix, localizado em uma área de desnível no autódromo de Interlagos. Foto: Serjão Carvalho/Estadão
David Byrne
Banda de David Byrne se diverte no palco Onix. Foto: Serjão Carvalho/Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: apresentacao do grupo OTerno no palco Axe, no segundo dia do festival Foto: Rafael Arbex/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: público durante a apresentação do grupo OTerno no palco Axe, no segundo dia do festival Foto: Rafael Arbex/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: showde Anderson Paak no palco Bud, no segundo dia do festival realizado Foto: Serjão Carvalho / Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: público acompanha o show deAnderson Paak no palco Bud, no segundo dia do festival Foto: Serjão Carvalho / Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: show da banda Ego Kill The Talent no palco Bud, o segundo dia do festival Foto: Serjão Carvalho / Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: show da banda Ego Kill The Talent no palco Bud, o segundo dia do festival Foto: Serjão Carvalho / Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: show da banda Ego Kill The Talent no palco Bud, o segundo dia do festival Foto: Serjão Carvalho / Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: show da banda Ego Kill The Talent no palco Bud, o segundo dia do festival Foto: Serjão Carvalho / Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: show daLiniker e os Caramelows no palco Onix, no segundo dia do festival Foto: Rafael Arbex/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: show da Liniker e os Caramelows no palco Onix, no segundo dia do festival Foto: Rafael Arbex/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: público acompanha show da Liniker e os Caramelows no palco Onix, no segundo dia do festival Foto: Rafael Arbex/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: público acompanha show da Liniker e os Caramelows no palco Onix, no segundo dia do festival Foto: Rafael Arbex/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: público acompanha show da Liniker e os Caramelows no palco Onix, no segundo dia do festival Foto: Rafael Arbex/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: show da banda Tagore, no segundo dia do festival, no Autódromo de Interlargos Foto: Serjão Carvalho/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: show da banda Tagore no palco Bud, no segundo dia do festival Foto: Serjão Carvalho/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: público acompanha show da banda Tagore, no segundo dia do festival, no Autódromo de Interlagos Foto: Serjão Carvalho/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: público acompanha show da banda Tagore, no segundo dia do festival, no Autódromo de Interlagos Foto: Serjão Carvalho/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Lollapalooza Brasil 2018: público acompanha show da banda Tagore, no segundo dia do festival, no Autódromo de Interlagos Foto: Serjão Carvalho/ Estadão
Lollapalooza Brasil 2018
Espaço destinado aos chefs cresceu nesta edição do Lollapalooza Brasil Foto: Guilherme Sobota/ Estadão
Tanto Venice, de 2014, quanto Malibu, de 2016, desenham a linha de um show situado no hard funk. O baixista usava uma camiseta do Red Hot Chili Peppers, não por acaso. Mas Paak joga em outras posições quando quer, como na levada de samba que faz sozinho na bateria. Seu pensamento cool poderia esfriar alguns momentos do show, com referências do charm de pista dos anos 80, mas isso jamais acontece. O som de Paak é orgânico e vai sempre para as temperaturas mais altas. Está entre as novidades que justificam a existência de um festival de música.