
12 de março de 2016 | 14h30
"É a banda do filho do Caetano?", perguntou ao amigo do lado um espectador do show da Dônica, que abriu a programação do Palco Onix do Lollapalooza Brasil 2016 neste sábado, 12, pontualmente às 12h55. José Ibarra (voz e teclado), Miguel Guimarães (baixo), Lucas Nunes (guitarra) Tom Veloso (violão e vocal: não permaneceu o tempo todo no palco) e André Almeida (bateria) têm em média 20 anos e fizeram um show para uma plateia que tem a mesma idade deles.
No palco, soam como uma versão 2000 do Som Imaginário, grupo que acompanhou Milton Nascimento nos anos 1970 e é um dos principais nomes do rock progressivo da época. Mas o público que conhecia a banda estava mais interessado na porção pop do grupo carioca, que no ano passado lançou o primeiro CD, Continuidade dos Parques. Macaco no Caiaque foi a primeira a obter uma atenção maior daqueles que também pareciam estar ali por acidente, matando o tempo ou conversando com amigos sobre
o sol que fazia questão de sumir e voltar.
Carrossel foi outra bastante cantada por parte dos espectadores. O Pintor, que no álbum contou justamente com a participação de Milton, tem sua beleza realçada pela concentração da banda em interpretar algo tão bem elaborado harmonicamente. Harmonia, aliás, parece ser algo que transcende a música entre os cinco. Olham-se, invertem os instrumentos e riem, como só amigos de 20 anos começando a viver e a trabalhar podem fazer.
Eles deixaram para o final Bicho Burro, música que gerou clipe dirigido pelo ator francês Vincent Cassel.
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