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Linkin Park atrai multidão ao Estádio do Morumbi

Uma multidão adolescente toma conta do Estádio do Morumbi, em São Paulo, para assistir aos shows de Charlie Brown Jr. e da banda norte-americana Linkin Park

Por Agencia Estado
Atualização:

Há tempos não se via um show tão concorrido. Hoje, uma multidão, engrossada principalmente pelo público adolescente, tomou conta do Estádio do Morumbi, zona sul de São Paulo, para assistir aos shows de Charlie Brown Jr. e da banda norte-americana Linkin Park, a principal atração da noite. Antes do início da apresentação da banda brasileira, marcada para as 20 horas, a organização comemorava a venda de todos os ingressos e estimava que um público de 70 mil pessoas lotaria o estádio. O Linkin Park, banda americana que ganhou um Grammy e um MTV Awards, faz show único na América Latina, hoje, e não entra em cena antes das 22 horas. A meteórica carreira da banda foi iniciada em 1996 em Agoura, na Califórnia. O guitarrista Brad Delson formou, com o colega de colégio Mike Shinoda (vocalista), o grupo que seria o embrião do LP, o Xero. Em 2000, Delson foi para a Universidade da Califórnia, em Los Angeles, para cursar Comunicação, e reencontrou velhos colegas - Shinoda e o baterista Rob Bourdon. Depois, vieram Chester Bennington (vocal principal), Dave "Phoenix" Farrell (baixo) e Joe Hahn (DJ). Seu primeiro disco, Hybrid Theory (2000), vendeu 14 milhões de cópias. Em seguida veio Reanimation e depois o Meteora (2003). No Brasil, venderam mais de 600 mil discos. Os fãs se espremem para assistir ao show. Os portões começaram a ser abertos às 15 horas, mais cedo do que estava previsto, mas a decisão não evitou grandes tumultos. Em todos os portões, policiais do 2.º Batalhão de Choque e do Regimento de Cavalaria tiveram de ajudar na organização da fila. No portão 3, que dava acesso à pista e à cadeira térrea, por exemplo, dezenas de pessoas se aglomeravam em frente ao local, se misturando a outras centenas que aguardavam na fila há horas - muitas delas, há dias. Isso porque, como acontecia em todos os outros portões, não havia grades para ordenar a fila. Resultado: cerca de 20 policiais do 2.º Batalhão e da Cavalaria tiveram que improvisar. Muitas pessoas, que haviam chegado cedo para garantir melhor lugar, foram retiradas e orientadas pela polícia para voltar ao final da fila. Não faltaram empurra-empurra, tapas e batidas de cassetetes. A vendedora Marlene Aparecida, que estava acompanhando o filho Dhiego, de 14 anos, e o amigo dele, Danilo, também de 14, estava inconformada. "Não houve organização, a polícia simplesmente chegou e tirou as pessoas. Tentamos falar com os policiais, mas eles não nos deram atenção", reclamou Marlene. "Chegamos aqui às 10 horas. Foi um presente de aniversário que meu filho me pediu." Uma outra mulher que também estava na fila, que só quis se identificar por Silvia, estava muito nervosa com toda a situação. "Um policial bateu num rapaz que estava perto de mim", contou ela. "Pagamos um ingresso muito caro para enfrentar essa desorganização." Segundo o capitão Merlo, do 2.º Batalhão de Choque, as grades não chegaram a tempo de serem instaladas. "As grades chegaram às 15 horas de hoje, apesar de termos solicitado há 20 dias." A organização abranda e afirma que seu plano era colocar as grades na sexta-feira, mas que não esperava tantas pessoas instaladas no lado de fora do estádio dias antes do show, fato que acabou atrapalhando os planos. "Além disso, os jovens não obedeceram à sinalização que colocamos", afirmou o produtor executivo do projeto Chimera, Razael Junior. No final da conta, a confusão não esfriou o ânimo do público. Para a estudante Denise, de 15 anos, não fazia mal passar horas na fila com as amigas e para ver o Linkin Park. Foi o primeiro grande show da vida delas. "Depois vamos lembrar e dar risada de tudo", disse. Dentro do Morumbi, na primeira fila da pista, a estudante Rosangela Sartori, de 18 anos, dizia não se importar em ser esmagada contra a grade por uma multidão. Tudo para assistir ao show do Charlie Brown Jr. "Vou ficar aqui até o fim."

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