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Léa Freitag faz recital no domingo

A soprano Léa Vinocur Freitag acompanhada do pianista Eduardo Villaça, fará um recital com canções de compositores brasileiros como Ronaldo Miranda, Carlos Gomes, Camargo Guarnieri, Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga e Francisco Mignone, entre outros

Por Agencia Estado
Atualização:

A soprano Léa Vinocur Freitag faz no domingo, no Centro Cultural São Paulo, acompanhada do pianista Eduardo Villaça, recital com canções de compositores brasileiros como Ronaldo Miranda, Carlos Gomes, Camargo Guarnieri, Marcelo Tupinambá, Hekel Tavares, Villa-Lobos, Osvaldo Lacerda, Chiquinha Gonzaga, Alberto Nepomuceno e Francisco Mignone. O programa está em perfeita consonância com o trabalho de Léa, que lançou em 1999 o CD Sarau das Musas, no qual - também acompanhada por Villaça - interpreta 17 canções de salão de compositores brasileiros. O disco, além de mostrar como a música de fins do século 19 relaciona-se de modo direto com a sociedade resgata e joga nova luz sobre trabalhos de autores como Carlos Gomes. "Nesse tipo de canção, o lied brasileiro, há um casamento perfeito entre música e poesia", diz Léa, que desde a década de 60 se dedica à pesquisa de repertório. "Quando se procura em arquivos de compositores e instituições, encontram-se coisas muito interessantes, que precisam ser divulgadas." E há muito dessa pesquisa no recital de domingo, que tem um programa com obras compostas até a década de 70, melódicas, tonais, casadas com textos, segundo Léa, "mais românticos, simbolistas". É o caso, por exemplo, da Canção Nupcial, com música de Marcelo Tupinambá e texto de Francisco Pati, que Mário de Andrade considerava uma das mais bonitas melodias da música brasileira. Ou então, Retrato, música inspirada de Ronaldo Miranda com texto de Cecília Meireles. Léa também é autora do livro referencial "Momentos da Música Brasileira", dedicado ao nacionalismo musical brasileiro que reúne fragmentos de sua tese de doutoramento em sociologia da música, a primeira a ser feita no País. No entanto, mostra-se avessa a um nacionalismo cego. Simplesmente parece compartilhar da idéia de Alberto Nepomuceno, que dizia que "não tem pátria o povo que não canta em sua língua". Tarefa, segundo Léa, nada fácil. "Às dificuldades da partitura, soma-se o cuidado necessário para se cantar em português e ser entendida, sem perder a inflexão." Serviço - Léa Vinocur Freitag e Eduardo Villaça. Domingo às 11 horas. Grátis. Centro Cultural São Paulo - Sala Adoniran Barbosa. Rua Vergueiro, 1.000, tel. 3277-3611

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