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k.d. lang volta com sua voz libertária

Depois de mais de três anos afastada do show biz, cantora canadense retoma carreira com Invincible Summer e avisa: seu sonho é tocar no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

Canções pop rock com um glacê country, formidável apelo dramático, um jeito ambíguo e intenso. A bordo de um disco ao vivo, Live by Request (Warner Music), a cantora canadense k.d. lang está de volta. Ela ficou três anos meio afastada do show biz. Seu último trabalho de estúdio fora Drag (1997). Até que, no ano passado, lançou o belo Invincible Summer (o título cita Albert Camus), base desse novo trabalho ao vivo, gravado em dezembro no John Jay College of Criminal Justice, na The City University of New York. Live by Request tem 14 canções e é tocado num clima intimista, com uma banda básica: guitarra, bateria, baixo e teclados. São composições suas e alguns clássicos, como Don´t Smoke in Bed (Willard Robinson). No sábado, ela encerrou uma turnê pelos Estados Unidos com Tony Bennett, o sucessor natural de Frank Sinatra. k.d. lang falou por telefone à reportagem sobre um velho sonho: "a vida inteira eu sonho tocar no Brasil", afirmou. "Adoro a música de Bebel Gilberto e Carlinhos Brown", disse. Ao lado de Tony Bennett, você foi uma das primeiras artistas a voltar aos palcos após o atentado do dia 11 de setembro nos Estados Unidos. Você acredita que a guerra vai mudar muito a rotina da música nos Estados Unidos? k.d. lang - Penso que sim, infelizmente. Mas sou otimista em relação ao papel que a música pode desempenhar nessa situação. Acho que a música pode contribuir para que aconteça uma real mudança de conceitos. Que as letras, as mensagens, os vídeos tragam as pessoas de volta à realidade de novo. A arte pode assumir o mesmo papel que já teve nos anos 60. Sou radicalmente contra a violência. Em um show no ano passado no Hammersmith Apollo, em Londres, você disse que era como Liza Minelli: dançava, cantava, falava. Aquela velha escola de entertainners foi uma influência para você? (Risos) Sim, uma grande influência. Minha voz é colocada de um jeito tradicional, como o das cantoras de outras épocas. Mas a verdade é que nunca pensei em como isso me afetou como artista. Eu costumava ouvir todo tipo de música na minha infância. Começou com a música clássica. Minha irmã tinha uma grande admiração pela música erudita e ouvia muito. No início dos anos 70, eu gostava de Joe Cocker, o Concerto para Bangladesh, essas coisas. Ouvia também jazz. Em seu disco ao vivo, "Live by Request", você gravou uma incrível versão de "Crying", de Roy Orbison. Qual sua opinião sobre Roy Orbison? Penso que Roy Orbison era um artista perfeito. Dá uma abordagem clássica à música popular, um timing perfeito de range e melodia. Como compositor, desenvolveu uma fórmula muito simétrica de escrever canções, e demonstrava satisfação em dizer os versos, as palavras. Diga: quais as conseqüências da queda? (k.d. lang regravou o clássico "The Consequences of Falling", de Steinberg, Nowels e D´Ubaido, no recente disco "Invincible Summer")? (Risos) Penso que todas as lições que você aprendeu caem por terra. Começamos tudo de novo, nada vale como ponto de partida. Está tudo por fazer. Em "Invincible Summer", você compõe quase todas as canções com David Piltch e Abe Laboriel. Eles são os parceiros perfeitos? Não sei, acho que não. Acho que apenas aconteceu de estarem por perto. São dois grandes compositores, mas o que aconteceu é que estavam ali, no momento certo.

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