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João Bosco mostra seu último álbum em SP

Um balaio de gêneros que consegue ser belíssimo e diferente dos muitos e consagrados trabalhos anteriores

Por Lucas Nobile
Atualização:

Poucas coisas são mais desonestas do que artistas que se ancoram até hoje no sucesso do passado. Quem prima pelo contrário, tem sempre o compromisso de se inquietar em busca da renovação. Como João Bosco, que, aos 64 anos, sendo mais de 40 de carreira, mostra novamente como se reinventar com seu disco Não Vou Pro Céu, Mas Já Não Vivo no Chão (2009), que finalmente será apresentado em São Paulo.

 

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Quem pegar o disco para ouvir ou for aos shows esperando encontrar aquele violão batucado e percussivo de João, como em Cabeça de Nego (1986) ou Benguelê (1998), deve ser surpreendido. Há síncopes em Tanajura ou Sonho de Caramujo. Obviamente existe a marca de João Bosco, mas aflora desta vez um lado muito mais melódico e harmônico. Um balaio de gêneros que consegue ser belíssimo e diferente dos muitos e consagrados trabalhos anteriores.

 

"Estou sempre ouvindo coisas novas e outras antigas que eu não conhecia, tentando crescer e ampliar meu universo musical. Enquanto você estiver vivendo esse processo de inquietação, de espanto, é sinal de que você está pulsando e de que ainda está na pontaria", comenta o compositor, cantor e violonista.

 

Nas três apresentações, ele toca sete temas do álbum novo. Entre eles, o surpreendente e torto Jimbo no Jazz (parceria com Nei Lopes), Pintura (com Carlos Rennó), Tanto Faz, Tanajura (com seu filho Francisco Bosco), e Sonho de Caramujo e Navalha (marcando seu reencontro artístico com o longevo parceiro Aldir Blanc). Além das inéditas, os shows também terão suas composições antológicas, como Corsário e Caça à Raposa, além de releituras de temas de outros compositores. "Tocar todas do disco seria pedir atenção em demasia do público. São inéditas e sempre precisa de um tempo para que elas cheguem às pessoas", explica.

 

João Bosco - Teatro Fecap. Av. Liberdade, 532, tel. 4003-1212. Sexta, 21h30, sábado, 21h, domingo, 19 h. R$ 120.

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