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Jamelão recebe homenagem no Rio

Por unanimidade, o júri do Prêmio Rival-BR de Música Popular Brasileira decidiu prestar um tributo ao cantor, com presença de Zeca Pagodinho, Elza Soares, Nana Caymmi e Luiz Melodia

Por Agencia Estado
Atualização:

O cantor Jamelão é o homenageado do 2.º Prêmio Rival-BR de Música Popular Brasileira, hoje à noite, no teatro que lhe dá nome, a casa de espetáculos privada mais antiga do Rio, prestes a completar 70 anos (em 2004). São 11 categorias, distribuídas entre músicos e gravadoras alternativas, bem dentro do espírito do Teatro Rival, como explica a atriz Ângela Leal, que o herdou do pai, o produtor Américo Leal. "Incentivamos a resistência cultural e, hoje, a melhor música está no universo independente." A homenagem a Jamelão foi unanimidade no júri formado por Tárik de Souza, Moraes Moreira, Fred Góes, Geraldo Carneiro, Luiz Carlos da Vila, Flávio Marinho e Zé Renato. "Aos 90 anos, Jamelão canta maravilhosamente, é fiel a seu repertório e briga pela dignidade de sua profissão. Essa história de exigir ser chamado de intérprete e não puxador de samba-enredo é um bom exemplo." O cantor promete comparecer hoje à noite, embora tenha estado adoentado e seja avesso a homenagens. Jamelão não fala muito de si, mas nos 75 anos da Mangueira lembrou que faz música e freqüenta a escola desde que se entende por gente e ainda era chamado por seu nome de batismo, José Bispo Clementino dos Santos. "Ganhei meu primeiro cavaquinho aos 10 anos e canto desde então", disse na época. Apesar de hoje ser conhecido como cantor de samba-enredo, sua praia é o samba-canção, ao qual seu vozeirão deu versões definitivas. "É o repertório de sempre. Mudou a tecnologia, mas não o jeito de cantar." O show destaca esse lado menos conhecido. O diretor Túlio Feliciano quer explicar Jamelão para as novas gerações. "Ele cantava nos dancings do centro do Rio quando a Elisete Cardoso ainda era táxi girl (moças contratadas para dançar) e lhe pedia para dar canjas. Passou por toda a evolução da música, mas o público pouco sabe que ele é um importante personagem da era de ouro da música brasileira", comenta Feliciano. Uma constelação de intérpretes vai bater ponto na homenagem. Zeca Pagodinho e Elza Soares, premiados do ano passado, Emílio Santiago, Nana Caymmi, Luiz Melodia e o grupo coral As Gatas vão passear com ele no repertório que inclui Lupicínio Rodrigues, Ary Barroso e Zé Kéti, além dos sambas da Mangueira. O show será transmitido em um telão na Cinelândia, praça do centro da cidade junto ao Teatro Rival. Finalistas - O júri decidiu homenagear o cantor e compositor Monsueto em 2004 e escolheu os seguintes finalistas para este ano. Cantor: Walter Alfaiate, Jair Rodrigues e Max de Castro; cantora: Wanda Sá, Rosa Passos e Luciana Souza; grupo musical: Tira Poeira, Nação Zumbi e Pedro Luiz/Monobloco; instrumental: J.T. Meirelles, Paulo Moura, Hamilton de Hollanda; compositor: Zeca Baleiro, Chico César e Raphael Rabello; produtor artístico: Mario Adnet, Mario de Aratanha (Kuarup) e Maurício Carrilho (Acari Records); tributo (CD): Reencontro - a Luiz Eça (Biscoito Fino); Acerto de Contas - a Paulo Vanzolini (Biscoito Fino); Primeira Dama - a Dona Ivone Lara (Carioca Discos); melhor CD: Cenas Brasileiras - Wagner Tiso (Biscoito Fino); Palhaço do Circo sem Futuro - Cordel do Fogo Encantado (Independente); Duo - Cesar Camargo Mariano/Romero Lubambo (Trama); Revelação: Fernanda Porto, Tereza Cristina e Marina Machado.

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