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Jairzinho mostra álbum de estréia no palco

Por Agencia Estado
Atualização:

O músico e compositor Jairzinho Oliveira saiu-se bem nos desafios iniciais. Lançou em setembro o primeiro CD-solo, Dis´ritmia, pela gravadora Trama. Passou pelo crivo da crítica e de outros artistas do meio musical. Após essa primeira prova de fogo, Jairzinho se presta a outro desafio de mesmo grau de exigência: transmitir a mensagem do disco para o show. E é o que faz nesta quarta-feira, no Blen Blen Brasil, às 23 horas. Por que um desafio? "Porque quero reunir todas as minhas referências musicais e o clima do disco sem usar a eletrônica", conta. Em Dis´ritmia, Jairzinho alternou as texturas acústica e eletrônica. Para dar consistência à instrumentação do show, ele leva ao palco sua banda formada por cinco músicos, incluindo um vibrafonista. Fazer shows não chega a ser uma novidade para o compositor. Já com o novo trabalho, ele recentemente tocou no Bourbon Street, Sesc Vila Mariana e Pompéia. No entanto, a habilidade de levar o conceito de um disco para o palco pode ser ainda mais difícil para essa nova geração da música brasileira (da qual ele faz parte), que é formada dentro dos estúdios. Ao contrário das anteriores, que se desenvolveram em festivais e na escola da noite (bares e casas noturnas), a geração de hoje deixa como marca na MPB o fato de dominar a abundância tecnológica. E o palco, inversamente, torna-se um grande desafio. O show é baseado em Dis´ritmia. Foi um lançamento praticamente simultâneo ao disco da irmã, Luciana Mello. Ou seja: além de apresentar-se como intérprete (de suas músicas) e autor, Jairzinho reafirmou o talento para a produção, pois fez a do seu CD e a do disco de Luciana. Dis´ritmia trouxe novamente, segundo Ed Motta (compositor jovem, mas já reconhecido), a preocupação com melodias de verdade e harmonias bem cuidadas. Ed fez para o Estado uma crítica, no período do lançamento, e pontuou uma série de verdades sobre o trabalho de Jairzinho. Um dos pontos a serem conferidos hoje é o samba, criado com leveza e influências do soul brasileiro (Tim Maia e Cassiano). O gênero é dos seus preferidos. Prova disso é a música Olha Aí. Segundo Ed, "música para ouvir todas as manhãs". Outra beleza é a balada Chore a Chuva. Mais uma preferência, que se reflete nas suas composições, é o jazz. Foi nos Estados Unidos, onde ficou cinco anos, que prestou mais atenção na música brasileira, como o samba da década de 40, e no jazz. Nessa linha mais jazzística, compôs Falta Dizer. Para o show, Jairzinho mostra outra influência menos explícita: Raul Seixas. Vai reler Mosca na Sopa. Jairzinho Oliveira - Quarta-feira, às 23 horas. R$ 10 00. Blen Blen Brasil. Rua Inácio Pereira da Rocha, 520, tel. 212-9333.

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