
08 de maio de 2014 | 20h23
João Marcello Bôscoli ouve falar de Jair Rodrigues desde a infância. Foi com sua mãe, Elis Regina, que Jair surgiu. Os dois juntos, mais o Zimbo Trio, estiveram à frente de um programa de televisão na Record, O Fino da Bossa, entre os anos de 1965 e 1967. Foi uma época rara, em que um programa de TV atingia a liderança da audiência com atrações como Hermeto Pascoal, João Gilberto, Adoniran Barbosa, Chico Buarque, Edu Lobo, Nara Leão, Gilberto Gil e Milton Nascimento. O programa, gravado no Teatro Record, na Rua da Consolação, ia ao ar em São Paulo às quartas feiras e reinou absoluto até que a turma de Roberto Carlos chegasse do Rio de Janeiro para iniciar a fase do Programa Jovem Guarda. Roberto, Wanderléia e Erasmo Carlos desbancariam a turma de Elis aos poucos. Na segunda fase do programa, Ronaldo Bôscoli, casado com Elis, veio do Rio para dirigir o programa. E demitiu Jair. O programa acabaria semanas depois. João Marcello lembra de Jair:
O que Jair Rodrigues tinha que o fazia especial?
Em síntese, um carisma raro. Além de ser um cantor e showman capaz de brilhar em um palco luxuoso ou na rua, amava o público e seu ofício.
Temos dele uma imagem de sambista, mas seu repertório não vai além disso?
Sim, vai bem além. Bolero, samba enredo, MPB, soul...
Como você o vê o lado showman, pouco comentado?
Simonal e Jair são os reis desse assunto no Brasil.
O que não foi entendido de Jair Rodrigues?
Nada. Ele foi amado e aplaudido desde sempre.
O que a música perde?
Perde mais um representante do grupo de pessoas que construiu a reputação musical do Brasil.
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