Iron Maiden gravará disco ao vivo no Brasil

Banda, com a sua formação clássica, toca na noite mais pesada do Rock in Rio e aproveita a oportunidade para gravar disco ao vivo

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Quinze anos depois de sua apresentação na primeira edição do Rock in Rio, o Iron Maiden volta para o festival como a única atração efetivamente metaleira da jornada. E pretende repetir a performance consagradora de 1985, quando tocou para 250 mil pessoas. "Aquela foi uma experiência maravilhosa e nós estamos esperando ansiosamente o novo concerto para renovar nossa energia", disse ao Grupo Estado, na semana passada, o vocalista do grupo, Bruce Dickinson, falando por telefone da Inglaterra, onde vive. "Vamos gravar durante o Rock in Rio um disco ao vivo, que será lançado em DVD", antecipou Dickinson, reintegrado ao grupo no ano passado, depois de tê-lo deixado, em 1994. Sua reestréia foi no disco Brave New World (EMI), lançado aqui em junho. Brave New World, que parte de uma citação de Aldous Huxley no título e numa das canções, não traz profecias insólitas no conteúdo. Apenas uma poesia crua e dura, explorando coisas como a linha tênue que separa o amor do ódio. "Perdi meu amor, perdi minha vida/ Neste jardim do medo", canta Dickinson, na faixa que dá nome ao disco. Nos 5 anos que passou longe do Maiden, Bruce Dickinson cortou os cabelos e lançou alguns discos-solo. "Na verdade, nunca fiquei demasiadamente afastado do meu antigo grupo, sempre toquei com Adrian (Smith, guitarrista) e a pausa foi boa para revigorar forças", ele diz. Ele e Adrian Smith voltaram juntos ao Maiden, grupo criado em Londres, em 1976, pelo baixista Steve Harris, o guitarrista Dave Murray - foi uma injeção de vigor e energia no rock do conjunto, que tem uma das grandes legiões de seguidores na América Latina. "O Iron Maiden tem fãs no mundo todo, mas eu creio que o motivo de sermos tão populares e termos admiradores tão dedicados aí é que o Brasil tem uma grande cena de heavy metal, com bandas excepcionais, como o Sepultura", disse Dickinson. "É para nós um motivo de grande orgulho que o Iron Maiden tenha influenciado tantas bandas em tantos lugares do mundo", afirmou. Ele disse que não tem a menor idéia dos nomes dos astros confirmados para o Rock in Rio por um Mundo Melhor, mas que isso também "não importa". Para Dickinson, o Iron Maiden se basta. "Mas devo dizer que não sou exatamente um fã de Britney Spears", fustigou. Dickinson se mostra satisfeito com a recepção que o novo disco do reagrupado Maiden tem recebido dos fãs, que o colocam como um dos bons trabalhos de uma banda cheia de clássicos - como Fear of the Dark. "Mas a verdade é que já estou há 6 meses na estrada e, depois do Rock in Rio, preciso mesmo é de umas boas férias". Brave New World foi produzido por Kevin Shirley (Black Crowes e Aerosmith), e traz na capa estampa uma visão futurista de Londres, que tem o céu encoberto por um espectro ameaçador. Apesar das referências "eruditas", por assim dizer, o grupo voltou ao seio do velho heavy metal. Quando o Iron Maiden foi criado, quem segurava os vocais era Paul Di´anno. Mas foi por pouco tempo. Paul Bruce Dickinson, cujo apelido chegou a ser "Sirene de Ataque Aéreo", entrou no grupo em outubro de 1981 e passou a encarnar o espírito da banda. Veio grupo Sanson. Quando deixou o Maiden, foi substituído por Blaze Bailey, ex-Wolfsbane. Bailey segurou a onda por cinco anos, mas todos sempre aguardaram a hora em que Dickinson voltaria ao seu lugar de honra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.