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Iron Maiden arrasa em novo CD

Fãs torcem por um recomeço duradouro da veterana banda de metal. Brave New World marca a volta de Bruce Dickinson

Por Agencia Estado
Atualização:

Saiba que esse poderá ser o seu último suspiro, berra Bruce ?Sirene de Ataque Aéreo? Dickinson na letra de The Mercenary, a melhor do novo disco do Iron Maiden. Mas todos os milhões de fãs da veterana banda de metal torcem para que esse recomeço seja eterno enquanto dure, e não apenas um suspiro extremado. Chegou às lojas o disco que marca a reunião da banda, Brave New World, que é uma citação de Aldous Huxley no título e numa das canções, mas o conteúdo não tem profecias insólitas. Apenas uma poesia crua e dura, explorando coisas como a linha tênue que separa o amor do ódio. "Perdi meu amor, perdi minha vida/Neste jardim do medo", canta Dickinson, em Brave New World. Bruce Dickinson ficou seis anos fora do Maiden. Teve três filhos, os cabelos ficaram grisalhos, mas a voz permaneceu a mesma. Seu retorno à banda - que também recebeu de volta o guitarrista Adrian Smith - foi uma injeção de vigor e energia no rock do grupo. Eles retomaram até o apreço pelas grandes baladas épicas, que neste disco tem uma representante digna: Ghost of the Navigator. Esqueletos emergem de um mar desolado, fantasmas de navegantes perdidos, sereias nas pedras, morte e eternidade na letra do grupo, que traz um peso incontrolável. Além de Dickinson e Smith, a banda tem Dave Murray e Janick Gers nas guitarras, Steve Harris no baixo e nos teclados e Nicko McBrain na bateria. Produzidos por Kevin Shirley (Black Crowes e Aerosmith), o peso clássico e classudo do Iron Maiden ganhou também um pouco de modernidade, mais guitarras, mais efeitos, mais sutilezas. O velho mascote cavernoso zumbi Eddie, onipresente em todas as capas dos discos do Maiden, foi aposentado nesta. Os tempos mudaram e o gênero "terrir" desbancou Eddie como um velhaco assustador. Agora, a capa estampa uma visão futurista de Londres, que tem o céu encoberto por um espectro ameaçador - bem, no final das contas, ainda é o velho heavy metal. Eddie foi personagem, no ano passado, de um game lançado sobre a banda, Ed Hunter. O zumbi-mascote abria alas para uma coletânea de 20 canções clássicas do grupo, que serviam de fundo para o joguinho. O desafio do game: tiros na cabeça valem mais pontos porque são mais difíceis de acertar. Mas não é um jogo indulgente: se você acertar tiros na cabeça de membros da banda, você ganha vidas extras. Quem conhece o grupo sabe que Bruce Dickinson tornou-se há muito tempo o nome e a voz do Maiden. O grupo foi criado em 1976 pelo baixista Steve Harris, que vivia em Leytonstone, perto de Londres. Ele encontrou o guitarrista Murray e juntos resolveram fazer uma nova banda de metal. Fizeram sua estréia no East End londrino, num pub chamado Cart & Horses. E jogaram o futebol nos intervalos das turnês, a partir de então. Na época, o vocalista era Paul Di´anno, que hoje excursiona por aí sozinho. Depois, veio o insubstituível Dickinson. Em 1994, ele saiu do grupo e foi substituído por Blaze Bailey, que veio da banda Wolfsbane. Bailey segurou a onda por cinco anos, mas todos sempre aguardaram a hora em que Dickinson voltaria ao seu lugar de honra. Acaba de acontecer. E da melhor maneira possível, com um discaço. Brave New World. Novo disco do Iron Maiden. Lançamento EMI. Preço médio: R$ 20

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