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Incubus sobrevive, entre falhas e acertos, e volta ao Brasil com disco novo

Grupo, que estará no Rock in Rio em setembro, resgata essência em novo disco, ‘8’

Por Pedro Antunes
Atualização:

“A gente falhou algumas vezes.” Brandon Boyd, vocalista e líder do Incubus, admite que, na tentativa de fazer com que sua banda ande para frente, eles erraram algumas vezes. Já era o fim da entrevista ao Estado, realizada por telefone, e, na última questão, o músico norte-americano se desmonta. Ao ouvir do outro lado da linha os versos que ele escreveu, para a música Nimble Bastard, o primeiro single do mais novo disco, chamado 8, previsto para ser lançado na sexta-feira, 21, Boydentende algo que o próprio havia deixado passar. 

Incubus Foto: Brantley Gutierrez

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Na canção, Boyd diz: “I get it, I’m not perfect, I was never trying to be” (algo como: eu entendi, eu não sou perfeito, eu nunca tentei ser). Seria esse um mantra que conduziu toda a trajetória do Incubus, banda que, estética e sonoramente, sempre andou à margem, mais chegada aos excluídos do que àqueles que se encaixavam? “Não havia pensado nisso quando compus essa canção, mas eu acho que pode fazer sentido. Essas palavras, de alguma forma, podem representar a nossa carreira, ao longo desse tempo.” 

O grupo, de essência no hardcore melódico, embora nunca tenha se limitado a ser só isso, já vendeu 23 milhões de discos ao longo de 26 anos. Seu período de maior sucesso se deu entre 2001 e 2008, quando músicas como Drive, Megalomaniac, Anna Molly e Love Hurts chegaram ao primeiro posto das paradas de música alternativa nos Estados Unidos. 

No Brasil, a banda veio três vezes, em 2007 (três shows), 2010 (uma apresentação no festival SWU, em São Paulo) e em 2013 (com quatro performances por aqui). O grupo se prepara para voltar, dessa vez possivelmente diante do maior público da carreira em terras brasileiras. O grupo foi escalado para tocar no Palco Mundo, o principal do Rock in Rio, antes de The Who e Guns N’ Roses, que são considerados co-headliners e encerram as atividades musicais do dia 23 de setembro – veja a programação abaixo. 

Com 8, o novo disco, o grupo ainda formado por Mike Einziger (guitarra), José Pasillas II (bateria), Chris Kilmore (teclados e programação) e Ben Kenney (baixo) tenta aprender com o que Boyd disse ao fim da entrevista: aprender com os erros e acertos. Trata-se de um disco que volta a transpirar a mesma energia que o Incubus tinha até o hiato do grupo, entre 2008 e 2009, quando seus integrantes se separaram para seguir projetos paralelos. Ao se reunirem, lançaram If Not Now, When?, em 2011, um disco mais sombrio. Uma visão partilhada por Boyd. “O disco soou dessa forma porque foi um reflexo do que estávamos vivendo. Era um período sombrio para a gente, como banda. Apesar de eu gostar do álbum e do que ele representa na nossa história. Ele mostra esse momento em que as coisas estavam mais tristes”, avalia o vocalista. “Assim como 8 também é uma parte da nossa história. Ele nos apresenta como estamos hoje: felizes por fazer parte dessa banda. Nós voltamos a nos apaixonar pelo processo de fazer música.” 

E essa última frase parece representar o que o Incubus pretende atualmente. Se divertir com aquilo que eles fazem. Ainda soam soturnos em alguns momentos, como na melancólica Loneliest, na qual Boyd diz: “Sou o mais solitário que jamais fui nesta noite”. É a canção com mais espaços vazios e menos guitarra do disco, na intenção de criar a solidão cantada em algo palpável. State of The Art, terceira do álbum, por sua vez, é solar. Há luz que invade, forte, e transpassa a penumbra em versos que declamam uma paixão por alguém que está em pedaços, a se deixar abater. 

Nimble Bastard foi escolhida como single porque soa como o Incubus da fase mais roqueira – um cartão de visitas correto de 8. É ágil e conserva os elementos melódicos dos tempos áureos da banda. “Temos muita sorte de fazer música, soar como gostamos e queremos. A gente, muitas vezes, vai tentar acertar o alvo e errar feio. Noutras, vamos acertar”, diz Boyd. “Acertamos bastante também. E é isso que faz de nós quem somos.” 

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Palco Mundo  - Guns N’ Roses  - The Who  - Incubus  - Titãs

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